Publicado em 28/07/2023 às 13:31, Atualizado em 28/07/2023 às 13:52
Cidade fica a mais de 700 km da fronteira e a soma das interceptações chega a 1.705 kg, praticamente o mesmo volume de todas as forças estaduais
Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) interceptaram um carregamento de 431 quilos de cocaína na BR-158, em Paranaíba, nesta quinta-feira (27). Desde o começo do ano, esta é a quinta grande apreensão feita na mesma região, a mais de 700 quilômetros das fronteiras com a Bolívia e o Paraguai.
Conforme nota distribuída pela assessoria da PRF, os policiais abordaram o caminhão porque apresentava problemas no sistema de iluminação. E, durante a entrevista, o caminhoneiro afirmou que o caminhão estava vazio, mas teria apresentado nervosismo e por isso decidiram fazer uma vistoria mais minuciosa no veículo, encontrando várias malas recheadas com os tabletes de cocaína.
O caminhoneiro, preso em flagrante, informou que receberia R$ 10 mil e que assumiu a direção do veículo em Campo Grande e levaria até Minas Gerais, mas manteve silêncio sobre o local exato onde pegou o caminhão e onde entregaria.
A PRF estima que a apreensão causou um prejuízo da ordem de 77,5 milhões de reais para o crime organizado.
Com mais esta descoberta, a quinta desde o começo do ano, chega a 1.705 quilos de cocaína interceptados pela PRF na BR-158 próximo a Paranaíba, município localizado na divisa com Minas Gerais, a 410 quilômetros de Campo Grande.
Mas, como todos estes carregamentos possivelmente saíra de países vizinhos, eles percorreram distância muito maior. Entre Ponta Porã (Paraguai) e Paranaíba são 730 quilômetros. De Corumbá (Bolívia) até a divisa com Minas Gerais são 840 quilômetros e pelo menos uma dezena de postos de fiscalização das forças policiais federais e estaduais.
A primeira importante descoberta do ano na região de Paranaíba aconteceu em 13 de março, quando foram interceptados 217 quilos. No mês seguinte, em 25 de abril, os policiais encontraram 484 quilos de cocaína em meio a um carregamento de carne resfriada. Eles só romperam o lacre da carga, segundo informou a PRF à época, depois de detectarem peso diferente ao que constava na nota fiscal.
No dia 22 de maio, no mesmo local, foram 393 quilos de pasta base de cocaína, que estavam no meio de uma carga de madeira. À época, o motorista disse que estava vindo de Mato Grosso e levaria a droga até São Paulo.
Mais recentemente, em 18 de junho, outros 180 quilos foram descobertos próximo ao posto da PRF de Paranaíba. Esta descoberta, conforme a PRF, ocorreu porque o caminhoneiro teve problemas em um pneu e os agentes se ofereceram para prestar auxílio. Por causa do nervosismo do condutor, acabaram fazendo uma vistoria e descobriram as drogas.
Pelas contas da PRF, se os 1.705 quilos de cocaína e pasta base tivessem chegado à Europa, os traficantes teriam faturado em torno de R$ 270 milhões.
E não é somente cocaína que é interceptada já próximo a Minas Gerais. Neste ano também já ocorreram duas importantes descobertas de maconha na mesma rodovia. No dia 18 de maio foram 2,7 toneladas e dez dias depois, mais 3,4 mil quilos do entorpecente.
NÚMEROS RECORDES
Nos seis primeiros meses do ano a PRF apreendeu 9.571 quilos de cocaína e pasta base em todo o estado. Com a apreensão desta quinta-feira, a primeira grande apreensão só mês, o volume passa de dez mil quilos e se aproxima das 10,7 toneladas interceptadas ao longo de todo o ano passado pela corporação. No ano anterior, em 2021, a PRF reteve 5,2 toneladas.
Para efeito de comparação, desde o começo do ano até esta quinta-feira foram apreendidas 12,41 toneladas de cocaína e pasta base em todo o Estado, segundo dados disponibilizados pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública.
Deste total, cerca de 90% foram descobertas pela PRF. Com 1,7 toneladas, só o posto de Paraíba praticamente equivale às apreensões feitas por todas as forças policiais de Mato Grosso do Sul, incluindo a Polícia Federal.
Conteúdo - Correio do Estado