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11/09/2023 às 12:30, Atualizado em 11/09/2023 às 11:10

MPE denuncia grupo por desviar R$ 4,7 milhões por meio da simulação de compras no HR

O MPE obteve acesso às conversas entre os acusados, nas quais combinam desde o cancelamento da licitação, o pagamento de propina e até comemoram o contrato milionário no HRMS

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Operação Parasita foi deflagrada em dezembro do ano passado (Foto: Arquivo O Jacaré)

O juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, considerou que há indícios de procedência na denúncia contra um grupo acusado de desviar R$ 4,7 milhões por meio de compras fictícias no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian. A denúncia do Ministério Público Estadual é decorrente da Operação Parasita, deflagrada em 7 de dezembro do ano passado.

Em despacho publicado na última quarta-feira (6), Oliveira deu seguimento à denúncia, conforme despacho publicado no Diário Oficial da Justiça. “Deste modo, estando a petição inicial em devida forma (com a individualização da conduta dos requeridos e indicação dos elementos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência de atos de improbidade administrativa e, ainda, instruída com documentos que contenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo imputado aos requeridos), citem-se os requeridos para que a contestem no prazo comum de 30 (trinta) dias (art. 17, § 7º, da Lei nº 8.429/92)”, determinou.

O MPE obteve acesso às conversas entre os acusados, nas quais combinam desde o cancelamento da licitação, o pagamento de propina e até comemoram o contrato milionário no HRMS. O triste é que o desvio ocorreu no mesmo período em que milhares de pacientes, inclusive com doenças graves, não conseguiram realizar exames médicos por falta de produtos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária também não encontrou nenhuma movimentação tanto do fornecedor quanto da Mega para a entrega dos produtos ao HRMS. Houve simulação para de outros materiais, como agulha aspirativa, cateter de longe permanência para hemodiálise, entre outros itens.

“Em relação ao produto kit nefrostomia percutânea 10F (Código 106615), constatou-se que o quantitativo em tese adquirido é totalmente incompatível com a média de consumo do HRMS, e, mesmo havendo elevado quantitativo em estoque no fim do mês de dezembro de 2018, forjaram a aquisição de mais 30 (trinta) unidades do produto, completamente desproporcional ao uso do HRMS”, denunciou o MPE.

Em outra denúncia feita pelo MPE, um dos acusados foi denunciado por desviar R$ 12 milhões por meio de compras fictícias junto aos donos da Cirumed. O desvio ocorreu entre setembro de 2016 e dezembro de 2019.

Conteúdo O Jacaré

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