Publicado em 21/01/2017 às 18:31, Atualizado em 21/01/2017 às 17:04

MPE apresentará denúncia contra policial em MS por homicídio doloso

Denúncia terá agravantes: vítima não teve chance de defesa e motivo fútil.

Redação,

O promotor Eduardo José Rizkalla, da 19ª Promotoria de Justiça, não tem dúvida de que o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon agiu de maneira injustificada no dia 31 de dezembro, quando matou o empresário Adriano Correa, após uma discussão de trânsito, em Campo Grande. Ele afirmou ao G1 que irá denunciar, na segunda-feira (23), o policial por por homicídio doloso qualificado, por motivo fútil e por não dar chance de defesa para a vítima. O homicídio doloso é quando há intenção ou se assume o risco de matar.

Com base nas provas levantadas pela polícia, o promotor concluiu que Moon não agiu em legítima defesa e que a caminhonete de do empresário em nenhum momento colidiu contra o policial. Ricardo Sun Moon alegou legítima defesa e disse que atirou porque o empresário teria partido com o veículo para cima dele. No entanto, o promotor diz que as provas periciais mostram que o policial não foi atingido pela caminhonete e que Moon nunca esteve em risco.

Rizkalla afirmou ainda que os policiais militares que atenderam a ocorrência poderão responder, em um outro processo, por fraude processual e falso testemunho. Segundo o promotor, o policial rodoviário federal não estava fardado e estava sem a carteira de identificação, o que impossibilitou a Adriano ter certeza de que se tratava de um policial, mas os militares teriam tentado fazer parecer que, na verdade, Moon estava com o uniforme. “A vítima não tinha certeza de que ele era policial e não tinha como se defender. Ela não esperava por isso”, afirmou o promotor.

O caso

O crime que chocou Mato Grosso do Sul aconteceu na manhã do dia 31 de dezembro de 2016 após uma discussão no trânsito. Após supostamente levar uma "fechada", o policial disparou sete tiros contra a caminhonete dirigida pelo empresário. Cinco atingiram Adriano Correa. Ferido, ele ainda dirigiu por 150 metros, até bater em um poste na avenida Ernesto Geisel.

Um adolescente que estava na caminhonete foi ferido com dois tiros na perna e um homem fraturou o braço. Adriano Correa morreu, mas os outros dois ocupantes do veículo passam bem. Ricardo Sun Moon alegou legítima defesa e disse que atirou porque Adriano Corrêa teria partido com a caminhonete para cima dele. A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou o policial por homicídio doloso.