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30/03/2023 às 12:34, Atualizado em 30/03/2023 às 11:04

Lista fake de supostos envolvidos em caso de exploração sexual vira caso de polícia

Polícia Civil já iniciou investigações com o intuito de identificar os autores das listas

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Polícia Civil já iniciou investigações com o intuito de identificar os autores das listas - Foto: Elenize Oliveira

O delegado de Polícia Civil Lúcio Marinho, responsável pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Bataguassu, divulgou nesta semana um comunicado a respeito do caso da rede de exploração sexual, que atuava naquele municipio, descoberto através de investigação da Polícia Civil.

Após a divulgação do indiciamento de 14 pessoas, algumas listas com nomes de moradores de Bataguassu passaram a circular em grupos de aplicativos de mensagens.

No comunicado, o delegado informa que após a divulgação destas listas falsas houve um expressivo número de Boletins de Ocorrência abertos com o intuito de preservação de direito.

"Esta autoridade policial, respondendo interinamente pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Bataguassu, vem informar que toda e qualquer lista de indiciados reproduzida por aplicativos de mensagens e redes sociais é falsa. A investigação 98/2022 relacionada à rede de exploração sexual em Bataguassu é de conteúdo sigiloso, tendo em vista se tratar de crime contra a dignidade sexual e possuir vítimas adolescentes, conforme manda o ordenamento pátrio. Nesse sentido, não se deve olvidar que esta delegacia, em primeiro lugar, visa proteger e acolher mulheres em situação de risco, evitando o julgamento público e a vitimização secundária", informa o delegado.

Por fim, o delegado ressalta-se que imputar crimes a indivíduos de forma açodada e irresponsável é crime, podendo responder pelo delito de Calúnia previsto no art.138 do Código Penal.

"Nesse ponto, informa-se que a Polícia Civil já iniciou investigações com o intuito de identificar os autores das listas, bem como os responsáveis por repassarem", finalizou.

O caso

Investigação da Polícia Civil, através da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), de Bataguassu levou a descoberta de uma rede de exploração sexual no município. A operação “Força e Pudor”, resultou no indiciamento de 14 pessoas.

A operação teve sua primeira fase no inicio de fevereiro deste ano. Na ocasião, deu cumprimento aos mandados de busca e apreensão e de prisão temporária contra um casal que agiam como cafetões e mantinham conjunto de fotos de adolescentes, conhecido como “cardápio”, o qual era mostrado à rede de clientes. Durante as investigações, foi apurado que a dupla agenciava diversas adolescentes, inclusive menores de apenas quinze anos.

Segundo a Polícia Civil, o casal possuía um conjunto de fotos das meninas, o qual era chamado de “cardápio”. Tais fotos eram ofertadas aos clientes por mensagens de WhatsApp, de maneira que a dupla posteriormente intermediava o contato entre os clientes e as jovens, cobrando das adolescentes, 1/5 do valor do programa.

A partir da prisão do casal, as investigações avançaram para estágio avançado e passou a se concentrar-se na rede de clientes.

A operação buscou a autoria de agenciadores, clientes e proprietários de ranchos e motéis. Mais de 20 pessoas foram ouvidas e sigilos telefônicos e bancários foram quebrados. Ex-vereadores, servidores públicos estaduais e empresários foram indiciados. O nome dos investigados não foram divulgados pela polícia.

Com informações da Polícia Civil e do site Cenário MS

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