Publicado em 10/11/2024 às 11:30, Atualizado em 10/11/2024 às 10:49

Justiça solta pastor suspeito de abusar de mulheres prometendo cura espiritual

A decisão de soltura, no entanto, propôs algumas medidas cautelares, como monitoramento eletrônico por 90 dias.

Redação,
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Divulgação PCMS

A justiça concedeu liberdade a um pastor de 53 anos suspeito de abusar de quatro mulheres em Dourados. Ele foi preso em agosto deste ano e estava na Penitenciária Estadual de Dourados (PED).

Prometendo cura espiritual, o pastor teria se utilizado da função de líder para abusar das fiéis, denunciou as mulheres na delegacia.

A decisão de soltura, no entanto, propôs algumas medidas cautelares, como monitoramento eletrônico por 90 dias. Além disso, o pastor está proibido de qualquer tipo de contato com as vítimas, mantendo pelo menos 300 metros de distância.

O caso

O pastor de 53 anos foi preso suspeito por abuso sexual de quatro mulheres. Ele exigia estar sozinho com as vítimas em momentos de oração de uma igreja no município e teria abusado de quatro mulheres, entre 20 e 40 anos. Todas eram membros da igreja que ele presidia, mostrou a investigação.

As frequentadoras da igreja relataram que o pastor utilizava sua posição de liderança espiritual. Com isso, dava "selinhos" e tocava nas vítimas, além de convencê-las a manter relações sexuais sob a justificativa de "cura espiritual" ordenada por Deus, que exigiria a troca de "energia vital".

Denúncias foram feitas no início de agosto. Os relatos coletados pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Dourados indicam que os abusos aconteciam durante momentos de oração, alguns realizados de madrugada em templos ou locais de culto em construção.

Membros da igreja começaram a expressar desconforto com as atitudes invasivas do pastor, no início deste ano, o que levou alguns fiéis a não frequentarem mais o templo. Segundo testemunhas, obreiros da igreja chegaram a pedir ao pastor que parasse de realizar toques durante as orações e evitasse encontros a sós com mulheres, mas as práticas continuaram.