Decisão da 5.ª Vara Federal de Campo Grande manteve a internação de Adélio Bispo de Oliveira no Presídio Federal da Capital sul-mato-grossense, para onde foi levado 4 anos depois do atentado que cometeu nas Eleições de 2018, quando esfaqueou o presidente e então candidato Jair Bolsonaro (PL) em um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.
Segundo divulgado pela Justiça Federal nesta sexta-feira, dia 09 de setembro, a decisão levou em consideração as conclusões dos peritos de que o réu ainda é perigoso.
Perícia médica realizada em 25 de julho, com especialistas do Judiciário e assistente técnico da Defesa, foi juntada ao processo –que tramita sob sigilo diante de fundamentos médicos previstos pela Constituição Federal.
Conforme noticiado pelo site Midiamax em 25 de agosto, o laudo dos psiquiatras indicados pela Justiça Federal apontou que “não houve cessação de periculosidade” em Adélio, que ainda apresentaria sinais de transtorno delirante paranoide.
O documento, que foi elaborado considerando 10 perguntas incluídas no processo, foi submetido ao juiz federal que avaliou se Adélio Bispo deveria ou não ser solto e voltar a conviver em sociedade –a expectativa, confirmada agora, era a da manutenção da prisão.
STF manteve detenção de Adélio Bispo no Presídio Federal
Em 3 de agosto, a 2.ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, por unanimidade, manter Adélio Bispo de Oliveira no Presídio Federal. A manifestação ocorreu após a defesa do preso solicitar sua transferência para um hospital psiquiátrico.
Adélio Bispo foi absolvido em 2019 pela facada, ao ser considerado inimputável por transtorno mental. A decisão previa a internação por tempo indeterminado em unidade de Saúde especializada, no entanto, com sua periculosidade, optou-se pela manutenção no Presídio Federal.
Em 6 de setembro de 2018, Bolsonaro participava de caminhada com apoiadores em Juiz de Fora, quando foi esfaqueado na barriga por Adélio, em um lance visto como fundamental para a disputa eleitoral daquele ano –na qual ele venceu Fernando Haddad (PT) no segundo turno. Desde então, o presidente pressionou para que fosse apontado quem seria o mandante.
Apesar da argumentação do presidente, as investigações da Polícia Federal concluíram que Adélio Bispo agiu sozinho, provavelmente motivado pelo Transtorno Delirante Permanente –que justificou o argumento judicial de que é inimputável. As apurações, no entanto, não pararam: a PF apurou quem estaria bancando os advogados que defendem Adélio Bispo.
As alegações de Bolsonaro levaram, inclusive, ao princípio de tensão entre o presidente e seu então ministro da Justiça, Sérgio Moro, diante de exigências para que fosse apurado “quem mandou matar Jair Bolsonaro”, como afirmou o ex-presidente após a demissão do ex-juiz federal.
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