Publicado em 25/10/2024 às 09:30, Atualizado em 24/10/2024 às 16:07

Justiça de MS condena 18 réus na Operação Bloodworm, que desarticula facção criminosa no Estado

Entre os condenados, cinco são advogados identificados como intermediários da facção

Redação,
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Divulgação

A Justiça de Mato Grosso do Sul condenou, na quarta-feira (23), 18 réus em mais uma etapa da Operação Bloodworm, ação conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que visa desmantelar a atuação da facção criminosa Comando Vermelho no estado. As penas aplicadas somam 115 anos de prisão, além de multas que podem chegar a R$ 45 mil.

Essa condenação representa a décima ação penal decorrente das investigações, que começaram há um ano e meio. De acordo com o Ministério Público Estadual (MP), os réus foram sentenciados por organização criminosa, uso de arma de fogo e associação para o tráfico, com agravantes por agirem dentro de estabelecimentos prisionais.

Entre os condenados, cinco são advogados identificados como intermediários da facção, atuando como “pombos-correios” para facilitar a comunicação entre líderes encarcerados e seus comparsas fora dos presídios. As investigações apontam que essa rede de comunicação permitia a coordenação de crimes como roubos, tráfico de drogas e comércio de armas.

A Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II foi utilizada como base para as operações da facção. O esquema envolvia a corrupção de policiais penais e advogados, permitindo a entrada de celulares no presídio, o que possibilitou a organização e execução de crimes de dentro das celas.

O Gaeco descobriu, ao longo de 15 meses de investigações, que a facção carioca estava se estruturando em Mato Grosso do Sul, utilizando o Estado como ponto estratégico para o tráfico de drogas e armas, devido à sua proximidade com a fronteira. A facção também pretendia transformar a região em um “corredor de fuga” para criminosos, com planos de consolidar o domínio sobre o crime organizado local.

Atualmente, 14 dos réus condenados estão presos preventivamente, enquanto dois permanecem foragidos, o que levou à suspensão dos processos relacionados a esses últimos. Desde o início da operação, já foram julgadas 10 ações penais, resultando em 79 condenações e um total de 417 anos de penas aplicadas. Ainda há uma ação penal pendente de julgamento.