Publicado em 08/09/2022 às 13:30, Atualizado em 08/09/2022 às 11:43
O juiz federal Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5ª Vara Federal de Campo Grande, condenou um microempresário por extração ilegal de basalto em Ribas do Rio Pardo, entre 2011 e 2015. A decisão também determinou o ressarcimento de R$ 343 mil à União.
Segundo o magistrado, a materialidade e autoria do crime foram confirmadas por relatório de vistoria do extinto Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), auto de paralisação e testemunhas.
De acordo com o DNPM, foi constatada a retirada de basalto e de bens minerais estéreis (utilizados como aterro), bem como a utilização de maquinário para a lavra do material, com o uso de caminhões e carregadeiras. Além disso, imagens de satélite apontaram o surgimento de uma cava decorrente da exploração.
Conforme o relatório, ficou estimada em 14,5 toneladas a extração ilegal da rocha vulcânica no período de setembro de 2011 a maio de 2012.
“Há provas suficientes da exploração não apenas do material estéril, como também do basalto, sendo que em relação a este não há qualquer discussão quanto à sua classificação como minério integrante dos bens da União”, acrescentou.
A defesa pediu absolvição por ausência de provas.
Para o juiz federal, o empresário não demonstrou que desconhecia a necessidade de autorização para a lavra dos minérios. O magistrado ainda afastou o argumento de que a substância estéril seria destituída de valor econômico.
“Antes das reformas no Código de Mineração, já era vedada a comercialização das terras e dos materiais resultantes da exploração. E mesmo comprovado que os rejeitos não eram considerados minerais, restaria típica a conduta do réu vez que explorou sem autorização a lavra de basalto”, finalizou.
O microempresário foi condenado à pena de dois anos e quatro meses de detenção, no regime inicial aberto, e 126 dias-multa. Ele também deverá ressarcir o valor mínimo de R$ 343 mil por danos causados à União.