Publicado em 02/03/2024 às 14:00, Atualizado em 01/03/2024 às 23:02
A denúncia foi registrada na Corregedoria Geral da Polícia Militar nesta sexta-feira, dia 1º de março.
O jogador da Portuguesa, Vinícius Machado, acusa um policial militar de ameaça e injúria racial. O ataque teria acontecido durante a partida entre Náutico e Portuguesa, válida pelo Campeonato Sul-Mato-Grossense Série A de futebol masculino. O jogo terminou em 3 a 2 para a Lusa, no Estádio Jacques da Luz, em Campo Grande, na quinta-feira, dia 29 de fevereiro. Em um dos momentos, o Policial Militar teria dito: "Eu te prendo, nego".
A confusão envolvendo jogadores da Portuguesa e policiais militares ocorreu por volta dos 19 minutos do 1º tempo. Após a arbitragem comandada por João Bosco Rodrigues Echeverria marcar pênalti para a equipe do Náutico, jogadores da Lusa passaram a questionar a decisão.
Atletas do Náutico defenderam a decisão e começou o bate-boca. Enquanto o árbitro se reunia com um dos assistentes, dois policiais militares entraram em campo com arma em punho. Um deles puxou Vinicius pelo braço e o conduziu por alguns metros. O policial chegou a sair do campo, mas voltou, segundo relato do jogador, quando começou a ameaçá-lo. "Eu acho você onde você estiver. Vou lá no vestiário e pego você", teria dito.
O jogador garante que o policial não parou por ai, ameaçou dar voz de prisão e o chamou de "nego". "Eu te dou voz de prisão, você está me desacatando, eu te prendo, nego". Vinícius questionou e o PM teria continuado. "Eu te prendo, nego".
Segundo o site Campo Grande News, a denúncia foi registrada na Corregedoria Geral da Polícia Militar nesta sexta-feira, dia 1º de março. Nas redes sociais, a Associação Atlética Portuguesa publicou nota repudiando o fato.
"A Portuguesa é um time de todos e não tolera esse tipo de comportamento. Diante disso, em apoio ao jogador, reuniu provas e testemunhas para formalizar a denúncia".
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar via assessoria. Em nota, a resposta cita que "durante a realização da partida, após um lance polêmico, vários jogadores cercaram o árbitro. Na visão do comandante da equipe da PM, foi necessária a intervenção da polícia, a fim de resguardar a equipe de arbitragem e atletas".
Com relação ao suposto ato racista e ameaças, a instituição destacou que "se necessário" vai investigar o caso. A PM finalizou a nota informando que não compactua com "desvio de conduta" de qualquer um de seus agentes.