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03/11/2022 às 13:37, Atualizado em 03/11/2022 às 17:39

Investigado por fraudes com criptomoedas é preso em ação da PF

Dentre as restrições, o investigado não poderia continuar a administrar suas empresas e tampouco praticar atos de gestão no interesse de seu grupo econômico

A Polícia Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira (3/11), um mandado de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão em decorrência de aprofundamentos da Operação Poyais, que apura a prática de crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional, de estelionato, de lavagem de capitais e de organização criminosa. As ordens foram expedidas pela 23ª Vara Federal de Curitiba/PR.

A investigação apurou, após a deflagração da Operação Poyais em 6 de outubro, que o responsável por organização criminosa suspeita da prática no Brasil e no exterior de fraudes com criptoativos descumpriu medidas cautelares diversas da prisão impostas pela Justiça Federal.

Dentre as restrições, o investigado não poderia continuar a administrar suas empresas e tampouco praticar atos de gestão no interesse de seu grupo econômico.

A partir de trabalhos policiais, foi possível identificar que o investigado, dias após a deflagração da operação policial, passou a realizar encontros frequentes, em sua residência em Curitiba, com funcionários de suas empresas. Uma das empregadas é a gerente financeira de seu grupo, ao passo que outro empregado identificado é o responsável pelo designer gráfico das plataformas virtuais criadas pelo investigado para prática das fraudes.

Além do descumprimento das medidas cautelares, as quais eram suficientes para a expedição do decreto de prisão, a constatação dos encontros frequentes do investigado com empregado responsável pelo designer gráfico das plataformas virtuais demonstrou que a organização criminosa continuava ativa e promovendo atos criminosos.

No bojo da investigação da Operação Poyais, demonstrou-se que o grupo criminoso, além de promover fraudes no Brasil e no exterior, confeccionava e comercializava plataformas e sistemas virtuais para terceiros interessados na prática de crimes semelhantes. Recentemente, no bojo da Operação Bad Bots, também deflagrada pela Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná, houve a condenação de duas pessoas responsáveis por crimes contra o sistema financeiro a partir de fraude envolvendo a comercialização de criptomoedas. Com o avanço das investigações, comprovou-se que o sistema virtual usado para tais fraudes foi criado e mantido pela organização criminosa ora investigada.

Da mesma forma, demonstrou-se que os encontros do investigado com funcionário da área de criação de plataformas virtuais se destinavam a criação e manutenção de outros sistemas virtuais ativos, comercializados pela organização criminosa com terceiros, possivelmente usados para promoção de práticas criminosas semelhantes.

Por conta disso, considerando a atualidade e periculosidade das ações do investigado, o qual, mesmo solto, continuou a criar e gerir plataformas virtuais usadas para promoção de esquemas de pirâmides financeiras, a prisão preventiva foi decretada pela Justiça Federal também para garantia da ordem pública e econômica, buscando-se, assim, o fim da atividade delitiva.

As investigações da Operação Poyais continuam, não apenas para cessação das atividades criminosas, mas também para a elucidação da participação de todos os investigados nos crimes sob apuração, bem como o rastreamento patrimonial para viabilizar, ainda que parcialmente, a reparação dos danos gerados às vítimas.

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