Publicado em 17/10/2023 às 10:31, Atualizado em 17/10/2023 às 10:29

Garras frustra tentativa do PCC de roubar a Caixa Econômica Federal

Policiais de Campo Grande interceptaram plano criminoso para roubar banco; gerente do banco chegou a ser sequestrado

Redação,
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Divulgação

A Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestros (Garras) desmontou um esquema montado por integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para desviar dinheiro da Caixa Econômica Federal por meios digitais.

A ação policial resultou na prisão em flagrante de três pessoas supostamente a serviço da organização criminosa paulista, e no resgate de um dos gerentes da agência da Caixa Econômica Federal da Avenida Julio de Castilhos, em Campo Grande, e de sua namorada, que chegaram a ser sequestrados por dois dois dos envolvidos.

A modalidade chegou a ser descrita como “Novo Cangaço Digital” pelo delegado do Garras, Fábio Peró, como uma maneira de coagir ou aliciar funcionários de instituições bancárias a desviarem valores eletronicamente. O motivo é simples: com a popularização do Pix, e de outros meios eletrônicos de pagamento, é cada vez menor o volume de dinheiro em espécie circulando, o que leva os bandidos a apostarem em técnicas para furto ou roubo digital de valores. Quatro suspeitos foram presos.

O nome do casal vítima do sequestro não será revelado, até porque dois dos suspeitos acusam o gerente do banco, de até certo momento, ter participado da ação criminosa, fato que não foi provado pelos policiais.

O que dizem os policiais?

Em coletiva à imprensa, na tarde desta segunda-feira (16), de acordo com os delegados, não resta dúvida do crime de extorsão mediante sequestro, para obter o cartão funcional, token, do gerente sequestrado, a fim de praticar furtos em contas bancárias.

“Após rápido levantamento localizamos o cativeiro e os três envolvidos no esquema criminoso. Cabe destacar que está ocorrendo no Brasil essa nova modalidade de furto, o Cangaço Digital, onde dispositivos digitais, como esse cartão token, são roubados para a realização diversos saques aos bancos, causando prejuízo financeiro enorme e tudo de forma remota”, explica o delegado, Fábio Peró.

Entre os detidos, Jhonatan é o principal suspeito de ser um intermediador do esquema com outra organização criminosa de São Paulo. Segundo os delegados, em seus depoimento ele apresentou contradições citando o bancário como integrante do esquema e que o cartão ‘token’ teria como destino a cidade de São Paulo (SP), apesar de Caio ter afirmado em depoimento, que iria para a Paraíba.

Arma usada pelos suspeitos

Ainda segundo os delegados, o bancário vítima do sequestro foi apontado por Jhonatan, como parte de um esquema de furto. O funcionário teria aceitado instalar um dispositivo eletrônico em seu computador e que receberia alguns milhares de reais pelo serviço.

“Em determinado momento, ele se negou a dar o cartão de acesso aos outros envolvidos e decidiu não ajudar mais, com isso, acabou sendo vítima da extorsão mediante sequestro. Mas isso ainda está sendo investigado e se houver esse conluio ele poderá responder por furto”, apontou o delegado do Garras Pedro Cunha.

A aproximação

Caio se aproximou do gerente há pouco mais de 1 mês, quando procurou a agência da Caixa para abrir uma conta poupança. A vítima do sequestro confirmou a aproximação.

Antes do sequestro, Caio teve vários diálogos com o gerente, e teria perguntado sobre como poderia ser possível burlar o sistema da Caixa por meio do cartão do token. A informação é confirmada por Jonathan.

O sequestro, conforme depoimento de Jonathan, que foi a pessoa que pagou pela marmita para as vítimas em cativeiro, só ocorreu, por insistência de Caio, que estaria precisando desesperadamente do dinheiro, e que estaria disposto a levar pessoalmente o cartão token até o Estado de São Paulo.

Conteúdo - Correio do Estado