A família de Enderson Krebs Vieira, 23 anos, morto a tiros pela Polícia Militar, na madrugada de segunda-feira (26), em Ponta Porã, contesta versão apresentada no boletim de ocorrência de que o jovem foi morto após apontar arma para polícia.
A irmã da vítima, Karina Krebs Vieira, 30 anos, contou ao Campo Grande News, que de fato há seis meses, Enderson ia para o Paraguai e trazia caixas de cigarro para vender no comércio de Campo Grande, o trabalho era temporário e ele tinha como objetivo "limpar o nome e sustentar a família". Ela afirma que o jovem "nunca transportou droga ou precisou apontar arma para alguém."
“Sabíamos que ele trazia caixa de cigarro. Quando paravam ele na estrada, a mercadoria era apreendida, o carro era recolhido e ele só recebia uma advertência”.
Segundo o boletim de ocorrência, Enderson foi baleado na Rua Presidente Vargas, quando um GM Astra, de cor azul, entrava no território brasileiro, vindo do Paraguai. Momento em que a vítima, demonstrou nervosismo, freando bruscamente e dando ré tentando retornar ao país vizinho.
Foi dado ordem de parada com sinais sonoros e luminosos onde Enderson não acatou tentando realizar o retorno existente na via. Os policiais também afirmam que o homem teria sacado uma arma contra os agentes, o que motivaria o disparo de fuzil.
“Eles falam no boletim de ocorrência que meu irmão deu ré e levantou suspeitas, disseram que pediram para meu irmão parar o carro e ele bateu fuga e saiu do carro armado. Devido a isso executaram meu irmão. Ele não tinha arma, não usava droga”, diz Karina.
Revoltada com a morte do irmão, Karina afirma que a versão apresentada no boletim de ocorrência, não bate com a forma com que Enderson foi morto.
“Meu irmão levou um tiro nas costas de fuzil. Essas informações são contraditórias. Ele foi levado para o hospital, só que ele já estava morto, não chegou a entrar em sala de cirurgia”, lamenta abalada.
Contraprova – A família de Enderson vai entrar com um pedido, para que uma nova perícia seja feita no endereço onde o fato aconteceu, para provar que o jovem foi morto injustamente.
“Solicitamos que seja feito uma nova perícia para que seja comprovado de fato o que aconteceu. Se eles atiraram errado que assumam e não queiram justificar incriminando um garoto de 23 anos que é amado por todos que o conheceram”, conclui Karina irmã da vítima.
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