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08/09/2024 às 07:00, Atualizado em 07/09/2024 às 17:36

Em seis dias, incêndios quase dobram em relação ao mês de setembro de 2023

A previsão para os próximos dias continua sendo de estiagem, baixa umidade relativa do ar e temperaturas elevadas.

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Foto: Divulgação

Setembro naturalmente é o mês com maior incidência de focos de calor, por conta do tempo seco e altas temperaturas. De 2023 para 2024, o número quase dobrou em apenas seis dias. Este ano, foram registrados 628 focos, já em 2023, durante o mês inteiro foram registrados 375 incêndios, ou seja, houve um aumento de 67,46%. A tendência é chegar em um novo recorde.

A previsão para os próximos dias continua sendo de estiagem, baixa umidade relativa do ar e temperaturas elevadas. Diante deste cenário, as equipes do CBMMS (Corpo de Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul) mantêm as ações de vigilância nas áreas atingidas e também nas regiões onde estão instaladas as bases avançadas.

As ações de combate estão centralizadas nas regiões de São Gabriel do Oeste, Miranda, Porto Murtinho, Pedro Gomes e Naviraí. E as regiões da Serra do Amolar- Corumbá, do Parque Estadual das Nascentes do Taquari – Costa Rica e da Serra do Amolar, Naviraí, Aquidauana, Paranaíba e Costa Rica estão sendo monitoradas.

Atualmente, a Operação Pantanal possui um efetivo de 145 militares do CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul), empenhados em diferentes localidades como Campo Grande, Corumbá, Anastácio, Miranda, Bonito e Porto Murtinho, sendo 96 atuando em campo e 49 atuando nas funções do SCI (Sistema de Comando de Incidentes).

Além disso, a operação dispõe do apoio de 77 militares da Força Nacional de Segurança Pública, militares da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro, da Força Aérea Brasileira, 11 militares do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul e 20 militares do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Complementando o reforço, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul , agentes do IBAMA, ICMBio, brigadistas do PrevFogo e Polícia Federal estão envolvidos no combate aos incêndios. Essa colaboração multidisciplinar e interinstitucional tem sido primordial para enfrentar e controlar os incêndios na região do Pantanal.

Ar insalubre

Os campo-grandenses vêm sofrendo com as mudanças climáticas. Na última edição do jornal O Estado apontamos a alteração do sol, pela cor vermelha, em grande parte por conta das fumaças oriundas das queimadas no Pantanal. As consequências não acabaram por aí, esta quinta-feira (5) e sexta-feira (6), uma plataforma internacional classificou o ar da Capital como insalubre, principalmente pela alta taxa de PM2,5.

A plataforma IQAir, empresa suíça que monitora a qualidade do ar no mundo em tempo real, a previsão do site para o IQA (Índice da Qualidade do Ar) é a permanência desta condições até domingo (8), na segunda-feira (9) e terça-feira (10) a classificação vermelha cai para laranja, alertando os grupos sensíveis para ar não saudável. Na quarta-feira (11) e quinta-feira (12) a classificação de insalubridade.

O IQA é indicado por um número, quanto mais alto o número atribuído ao município, maior o risco, Campo Grande recebeu o número 152 nesta sexta-feira (6). A classificação insalubre é a terceira pior classificação. As outras duas são “muito insalubre” e “perigosa”.

De acordo com a plataforma, o poluente principal é o PM2,5, ainda a concentração desta substância em Campo Grande é atualmente 11,4 vezes maior que o valor anual recomendado pela OMS para a qualidade do ar. De acordo com especialistas, PM significa material particulado e PM 2,5 refere-se a partículas de poeira muito finas no ar que têm 2,5 microns ou menos de diâmetro e inclui partículas inaláveis suficientemente pequenas para penetrar na região torácica do sistema respiratório.

A matéria particulada 2,5 traz potenciais consequências à saúde, particularmente respiratórias e cardiovasculares, e podem ser tanto a curto como a longo prazo. A recomendação da plataforma suíça é que a população evite exercícios físicos, feche as janelas, use purificador do ar e máscaras em ambientes externos.

A Sesau cita que segue atenta à situação do clima em Campo Grande e das consequências na saúde da população. Na quinta-feira (5) foi divulgado um alerta de saúde sobre os cuidados neste momento de tempo seco e temperaturas elevadas e também para informar sobre o plano de contingência que temos nas nossas unidades de saúde. “Quanto ao uso de máscaras, a Sesau recomenda que elas sejam usadas quando a pessoa está com sintomas de gripe, ou resfriado, como tosse e coriza”

Segundo Bruno Nakao, otorrinolaringologista da Unimed Campo Grande, o risco de inalar esse tipo de ar, seja ele de fumaça, tóxica ou mesmo o excesso de poeira, é de o paciente desenvolver crises de bronquite ou asmo e eventualmente uma falta de ar, uma sucessão respiratória. “A melhor alternativa, além da hidratação, é usar um humidificador, ou toalha molhada no chão, ou pano balde com água, que isso ajuda a melhorar a umidade do ar. Então a máscara é mais para tentar prevenir e inalar aquela partícula mais densa, tóxica, que vai gerar uma obstrução nasal, ressecamento do nariz”. explica.

Cidades de MS em risco de seca extrema

No ranking de secas emitido esta semana pelo CEMADEN (Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), cinco municípios de Mato Grosso do Sul obtiveram em agosto a classificação para o risco de seca extrema, cenário que deve ser mantido em todo o mês de setembro.

A lista dos municípios mais impactados conta com a cidade de Alcinópolis, Cassilândia, Figueirão, Paranaíba e Pedro Gomes. No total, o Cemaden indica que em setembro, 11 cidades do Estado devem ter seca extrema, outras 16 devem se manter com seca severa, 33 com índice moderado e 19 com seca fraca.

Desde 2012, o CEMADEN do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação realiza o monitoramento operacional das condições de seca e seus impactos em todo o Brasil. O Índice Integrado de Secas do CEMADEN/MCTI incorpora em sua formulação dados de déficit de chuva acumulado, teor de umidade do solo e condições da vegetação. Essas três variáveis são analisadas em relação à sua média histórica, e a classe de seca é então obtida pelos desvios dessas variáveis em relação às suas respectivas médias. Quanto maior o desvio padrão dessas três variáveis, maior a intensidade da seca.

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