Publicado em 28/11/2024 às 08:00, Atualizado em 27/11/2024 às 15:56

Deputados estaduais repudiam ação da Polícia Militar em Dourados

Para Zé Teixeira (PSDB), a situação se agravou pela omissão da União e lamentou a atuação da tropa de choque.

Redação,

Os indígenas que bloqueiam trecho da MS-156, em Dourados, como forma de protesto pela falta de água nas aldeias Jaguapiru, Bororó e Panambizinho, denunciaram aos deputados estaduais uma ação violenta da tropa de choque da Polícia Militar. Lia Nogueira (PSDB), durante a sessão ordinária desta quarta-feira (27), revelou sua indignação com a falta de habilidade do Estado para lidar com o exercício legítimo da livre manifestação.

“É revoltante a repressão policial como forma de conter os manifestantes. Recebi imagens da truculência da tropa de choque contra os índios. Uma ação inaceitável, que fomenta a violência e tenciona ainda mais a situação. Os povos originários estão lutando por água tratada em pleno ano de 2024. É lamentável o que essa população vem sofrendo”, disse a deputada.

Pedro Kemp (PT) discursou ontem sobre a situação nas aldeias indígenas Bororó, Jaguapiru e Panambizinho e cobrou uma força-tarefa das autoridades federais e estaduais para sanar a crise hídrica (leia aqui). Hoje, ele pediu que o Governo do Estado reveja a forma de atuação dos policiais.

“Já é inadmissível ver que, em pleno século XXI, há pessoas sem água para beber, cozinhar, lavar roupas e fazer a higiene pessoal. É ainda mais indignante que a polícia trate com truculência quem está reivindicando por água. O governo precisa rever a forma de atuação dos policiais contra essas comunidades, que têm em torno de 20 mil pessoas”, acrescentou Kemp.

Na tribuna, Kemp disse que a polícia não pode entrar em área indígena. “Se alguém morrer, a culpa é do Estado e da polícia. Os policiais não podem entrar atirando na aldeia. Por ordem de quem eles entraram? O protesto é pacífico e em luta por um direito básico.”

Zeca do PT também fez um desabafo. “O mais preocupante é ver a truculência, o exagero que a polícia vem adotando contra pessoas indefesas. Em nome da bancada do PT, cobro explicações sobre este ato e se partiu do governador a ordem. Ainda faço requerimento à Funai para saber se autorizou a entrada do pelotão de choque na aldeia”, afirmou.

Para Zé Teixeira (PSDB), a situação se agravou pela omissão da União e lamentou a atuação da tropa de choque. “O índio é tutelado pelo Governo Federal e quem é responsável é ele, inclusive pela segurança. O problema vem se arrastando, pois a União não libera o recurso para a implantação da rede de água”, ressaltou.

Coronel David (PL) disse que os policiais foram deslocados para efetuar o desbloqueio na rodovia. Mara Caseiro (PSDB) informou que há um trâmite legal e, em 40 dias, devem iniciar as perfurações de poços nas aldeias. “O problema de décadas, infelizmente, não será resolvido em dois dias.”

Ao fim do debate, o presidente da ALEMS, deputado Gerson Claro (PP), comunicou aos parlamentares que a Mesa Diretora irá tomar conhecimento dos fatos e cobrar medidas dos órgãos responsáveis.

Conteúdo - reproduzido do Portal da Alems