Registro policiais de estupro em Mato Grosso do Sul ao longo de 2023 tiveram aumento de 7.75%, comparando o mesmo período em 2022. É o que apontam os dados da Sejusp MS (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), disponibilizados na plataforma SIGO Estatística. O conteúdo é do site Midiamax.
Desde o início de 2023, considerando a totalidade de registro policiais até 30 de setembro, foram mais de 1.708 registros de crime dessa natureza. No ano passado, a Sejusp registrou 1.600 ocorrências, 108 casos a menos que neste ano.
O mês de setembro também marca o fim do terceiro trimestre do ano, cuja série histórica registrou 166, 171 e 168 casos de estupro, em julho, agosto e setembro, respectivamente. Janeiro segue como o mês mais violento, com 252 ocorrências de estupro - assim como em 2022, quando foram registrados 222 casos no mesmo mês.
Perfil das vítimas, locais dos crimes
Considerando até a última quarta-feira (11), o SIGO Estatística já contava com 16 casos de estupro em outubro deste ano, elevando o total de registros para 1.724. Contudo, a base de dados aponta divergência desse total, revelando um total de 1954 vítimas. Isso porque o SIGO contabiliza o total de registros e detalha o total de vítimas.
Dessas 1.954 vítimas da violência sexual, 208 seriam do sexo masculino, enquanto outras 1.666 do sexo feminino - 80 vítimas não tiveram sexo detalhado no SIGO.
Em relação à idade, a maioria é de crianças, totalizando 917 vítimas. Outras 639 seriam adolescentes. Jovens e adultos aparecem com 166, 153, respectivamente. Já idosos surgem com 12 registros - 67 vítimas não tiveram idade revelada.
Já em relação ao local em que os crimes foram cometidos, conforme os boletins policiais, 509 dos 1.724 tiveram a Capital Campo Grande como cena do crime. Assim, 1.215 registro ocorreram no interior, sendo 755 em localidades na faixa de fronteira.
Novamente em relação ao perfil das vítimas, das 1954 vítimas, 568 estavam na Capital; 1.386 no interior, dos quais 857 foram em municípios da área de fronteira.
Maníaco do Parque das Nações Indígenas
No último dia 2, a prisão de José Carlos Santana, que ficou conhecido como "Maníaco do Parque das Nações Indígenas", pelos crimes de estupros cometidos em Campo Grande, ganhou repercussão em todo o Estado.
Até o dia 6 deste mês, sete vítimas procuraram a polícia para informar os crimes cometidos por ele, que já cumpriu pena por estupro em 2007, quando veio para Mato Grosso do Sul por ser procurado pela polícia espanhola por estuprar duas mulheres no país europeu.
Lutadores de Jiu-jítsu
Em agosto, outro caso ocorrido em Mato Grosso do Sul ganhou repercussão nacional. Os lutadores de jiu-jítsu Erberth Santos de Mesquita e André Pessoa espalharam medo e terror em Campo Grande e Três Lagoas, cidades onde eles estupraram quatro mulheres e roubaram os locais onde elas trabalhavam.
A dupla foi presa no dia 24 de agosto. A prisão foi realizada em Boituva, no interior de São Paulo. A princípio, os dois foram detidos pelo crime de receptação, no entanto, os militares que efetuaram as prisões haviam recebido alerta de militares do Batalhão de Choque de Campo Grande, sobre os estupros e roubos na Capital e em Três Lagoas.
No dia 25 de agosto, eles passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão preventiva decretada pelo Poder Judiciário de Boituva (SP), no interior paulista. Depois, foram encaminhados para um presídio em Sorocaba, que recebe somente presos que cometeram crimes contra a liberdade sexual.
Denúncias
As denúncias de estupros podem ser feitas no Disque 100, 190 e delegacias de Polícia Civil e Militar em todo o Estado.
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