Publicado em 26/10/2025 às 16:33, Atualizado em 26/10/2025 às 20:16
Kaik, de 21 anos, foi morto durante discussão e teve o corpo liberado sem exames; Polícia Civil só foi acionada após o início do velório
Um caso inusitado marcou o domingo (26) em Amambai, região sul de MS. O corpo de um jovem identificado como Kaik, de 21 anos, precisou ser retirado do velório depois de ter sido liberado pelo hospital sem passar por exames periciais, exigidos em situações de homicídio.
Kaik foi morto a facadas na noite de sábado (25), após uma discussão com outro rapaz de 21 anos, identificado como Kauã. A Polícia Civil só foi acionada horas depois do crime, o que atrasou o início da investigação e resultou em falhas no protocolo de atendimento.
De acordo com o boletim policial, a Polícia Militar foi chamada para verificar uma ocorrência de lesão corporal. Quando os militares chegaram ao local, a vítima já havia sido socorrida pelo Corpo de Bombeiros, e o suspeito havia fugido.
Segundo o relato da companheira de Kaik, o agressor teria agido por ciúmes do relacionamento dela com o jovem. Durante a briga, Kauã invadiu a casa da vítima e desferiu os golpes fatais.
Kaik foi levado ao Hospital Regional de Amambai, mas morreu antes de receber atendimento.
Falha na comunicação
O boletim também revela que a Delegacia de Polícia Civil não foi informada imediatamente sobre o caso, e a perícia criminal não chegou a ser acionada para realizar o levantamento do local do crime. Com isso, nenhuma evidência foi coletada e a área não foi preservada.
No hospital, o médico plantonista liberou o corpo diretamente à funerária, sem a devida autorização legal. O corpo foi preparado e levado ao velório, sem que houvesse o exame necroscópico obrigatório.
Corpo retirado do velório
Somente após tomar conhecimento da situação, o delegado de plantão determinou que o corpo fosse recolhido e enviado ao Instituto Médico Legal (IML) de Ponta Porã, a cerca de 90 quilômetros de Amambai, para realização dos exames periciais.
O caso foi registrado como homicídio simples, e o suspeito ainda não foi localizado. A Polícia Civil também deve apurar possíveis falhas nos procedimentos hospitalares e policiais que levaram à liberação indevida do corpo.