Publicado em 17/01/2024 às 07:00, Atualizado em 16/01/2024 às 20:23

Com "mulas" e antigas rotas, apreensões de cocaína pela PRF batem recorde em MS

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, grande parte da droga continua saindo da fronteira com a Bolívia

Redação,
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Apreensão de 465 kg de cocaína em novembro 2023 na região Leste de MS (Foto: Divulgação)

As apreensões de cocaína feitas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Mato Grosso do Sul bateram recorde no ano passado, chegando a 15 toneladas. Aumento de quase 50% em relação ao ano anterior, quando 10 toneladas foram tiradas de circulação.

Não é novidade que estamos em uma região conhecida como corredor do tráfico de drogas, mas os números trazem interpretações atuais. De um lado a boa notícia de que mais cocaína está sendo apreendida pela polícia, do outro justamente a constatação de um volume cada vez maior de droga passando pelas nossas estradas.

Segundo a PRF, grande parte da cocaína continua saindo da fronteira entre Bolívia e Corumbá. Mais droga apreendida em antigas rotas e transportada por pessoas do mesmo perfil, as chamadas "mulas" do tráfico. Gente que até engole cocaína para levar o produto dentro da barriga em troca de dinheiro.

"Frequentemente pessoas reincidentes no envolvimento com o tráfico de drogas. A exploração econômica, vulnerabilidade social e atração por ganhos financeiros rápidos são fatores que contribuem para a participação desses indivíduos nesse tipo de atividade criminosa", diz a assessoria da PRF.

Os destinos também continuam os mesmos, estados como São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Questionada sobre os motivos do aumento das apreensões a polícia destaca "abordagem abrangente e coordenada, investimento em capacitação do efetivo, operações de inteligência e melhorias na vigilância nas fronteiras".

Em fevereiro de 2023, foi registrada "a maior apreensão única de cocaína da história da PRF". Um total de 1,8 tonelada de cocaína transportada em caminhão tanque na BR-060 em Sidrolândia. O flagrante teve ajuda de cães farejadores. Pelos cálculos da polícia, o prejuízo ao crime organizado foi estimado em R$ 354 milhões.

Para este ano espera-se um combate ainda mais efetivo com a recém-criada FICCO (Força integrada de combate ao crime organizado). Um tipo de sala de controle dentro da Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande formada por policiais federais, rodoviários federais, civis, militares, agentes de presídios de Mato Grosso do Sul e da União.

"Vamos focar no combate aos crimes violentos que abastecem o tráfico de drogas e armas. Existe uma preocupação muito grande em como as facções conseguiram se infiltrar no poder público, influenciando até na aprovação leis", declarou o chefe da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção, delegado Ricardo Andrade Saad.