Em depoimento bastante emocionado, Carlos Hugo Narajo Alvarez, de 32 anos, falou pela segunda vez sobre a madrugada de 28 de fevereiro, quando no cruzamento da avenida Salgado Filho com a rua Guia Lopes, no Bairro Amambaí, em Campo Grande, se envolveu em acidente que tirou a vida de Matheus Frota da Rocha, de 27 anos. O colombiano, radicado há cinco anos no Brasil, disse que quando foi solto, após quase um mês na prisão, pensou em procurar a família do rapaz para pedir perdão, mas foi orientado pela advogada a esperar um pouco mais.
Segundo o site Campo Grande News, após ser interrogado pelo juiz Carlos Alberto Garcete, no início da noite desta quarta-feira, dia 06 de abril, Carlo Hugo, com aval da advogada, Valda Maria Garcia Alves Nóbrega, propôs o pagamento de pensão de R$ 800 para Samira Ribeiro dos Santos, 19 anos, esposa de Matheus. Para o pagamento dos valores e outras despesas processuais, a defesa pediu que a Justiça devolva o montante pago pelo colombiano de fiança, R$ 20 mil arrecadados em “vaquinha” feita pelos familiares dele.
Ao falar sobre o acidente, Carlos Hugo negou veementemente que estava bêbado e que dirigia em alta velocidade. Ele afirma que após passar a noite em tabacaria, “tomar um gole” e comer cachorro-quente, voltava para casa com outros 3 colombianos amigos dele, quando tudo aconteceu. O motorista relatada que seguia pela Salgado Filho quando observou os semáforos piscando, sem funcionar corretamente, percebeu que dois veículos à sua frente reduziram a velocidade e seguiram, por isso, acreditou que a passagem estava livre.
Ao passar pelo cruzamento, ele disse que sentiu o impacto da batida, os vidros do carros quebraram, o air-bag disparou, mas muito assustado, resolver seguir. “Não bati em ninguém, bateram em mim. Fiquei em choque, com medo. Só pensava na minha família”, afirmou, explicando que tem mulher e um filho de 2 meses na Capital.
Carlos Hugo conta que decidiu seguir com o veículo porque teve medo do que pudesse acontecer com ele, já que é estrangeiro. Ele narra ainda que não conhece Rochedo e não sabe porque pegou a estrada em direção à cidade do interior.
Conforme o relato, foi só quando já estava no hospital do município onde foi preso que soube que havia se envolvido em acidente fatal. “Escutei os policiais conversando, dizendo que eu era um fugitivo e que tinha matado alguém no trânsito”.
A defesa do motorista pediu que o juiz oficie a Energisa para que informe se houve falta de luz no local do acidente naquela madrugada. A advogada informou que recebeu ligação anônima, de número desconhecido, dando essa informação, o que explicaria a falha nos semáforos, possivelmente já corrigida no momento em que a perícia chegou ao cruzamento.
Carlos Hugo ainda alegou que o fato de ter continuado dirigindo é mais um prova de que estava em condições de pegar o volante. “Se eu tivesse bêbado ou em alta velocidade tinha perdido o controle, tinha batido numa parede, num muro, mas eu segui”.
Também prestaram depoimento nesta quarta-feira os policiais que atenderam a ocorrência, os amigos do motorista e Samira.
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