O chamado para atender uma violência doméstica em Mato Grosso do Sul é mais rotineiro do que parece. Considerado um dos 'carros chefe' da Polícia Militar pela quantidade de ligações e denúncias feitas, as autoridades tentam combater novas agressões e até mesmo livrar algumas mulheres da morte.
Por mais que os números sejam relevantes e assustadores, algumas mulheres ainda sentem receio ou até mesmo medo de denunciar seus companheiros. Pelo lado da polícia, isso gera uma preocupação a mais pela falta de denúncias capaz de levar o agressor para trás das grades.
Dados extraídos do sistema eletrônico da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) aponta que somente neste ano são 8.666 registros de violência doméstica em Mato Grosso do Sul. Trazendo esse número para o lado feminino, são 8.078 vítimas que já sofreram algum tipo de situação envolvendo a violência.
"A gente vê que a violência doméstica está numa crescente, numa crescente de violência violenta. Infelizmente esses números estão aí para ilustrar as informações e a gente precisa também dá a resposta", disse a Coronel Neidy Nunes Barbosa, da Polícia Militar, em coletiva sobre a prisão de vários agressores na 'Operação Ísis', em Campo Grande.
Casos de violência doméstica possuem certa prioridade no atendimento na Polícia Militar. Essa forma de atuar, inclusive, é "até para evitar que a mulher morra", como explicou Nunes e ainda reforçou que é importante fazer denúncia.
A violência doméstica só perde para as ocorrências de perturbação de sossego alheio e vias de fato no canal de denúncias da polícia.
"A gente ainda enfrenta algumas situações de que você percebe que existe uma violência ali pela forma como a mulher olha para o cara, na hora de dizer chega, às vezes ela não está lesionada, mas você percebe pela forma como ele olhou para ela, você percebe que tem alguma coisa, mas ela não denuncia".
Sobre futuras operações para prender acusados de violência doméstica, a Coronel Neidy acredita que novas ações possam ser feitas em breve, pois há muita demanda reprimida e mandados de prisão em aberto em todo solo sul-mato-grossense.
"Eu acredito que tem tudo para ter outras operações até porque tem muitos mandados ainda em aberto no estado todo. E pontualmente a gente faz essas ações para dar uma resposta e a gente acha que conseguiu uma resposta produtiva, englobou um número interessante, mais da metade de pessoas apreendidas", afirmou.
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