Publicado em 02/05/2023 às 13:39, Atualizado em 02/05/2023 às 09:42
Apreensões de cocaína apresentaram aumento de 251,7% no primeiro trimestre de 2023
No primeiro trimestre de 2023, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) já apreendeu 6.671 quilos de cocaína (e cloridrato de cocaína), transportados em rodovias federais de Mato Grosso do Sul. O volume das apreensões já é 215,7% maior do que o referente ao mesmo período de 2022 (3.092 kg).
O volume de cocaína apreendido neste trimestre também corresponde a 62,1% de todo o ano de 2022, quando foram interceptados pela PRF 10.728 kg.
Para Fábio Roberto Sodré, diretor do núcleo de comunicação da Polícia Rodoviária Federal, o aumento no número de apreensões é uma consequência do crescimento do Estado nos últimos anos.
"Ultimamente, o nosso Estado vem passando por significativas transformações, tanto da extração de minérios, quanto da implantação de indústrias, da rota bioceânica... Isso faz com que o fluxo se aumente, e a criminalidade tende a usar dessa situação para tentar se esquivar da fiscalização", explicou.
Sodré reforçou que a melhoria do trabalho da Polícia também deve ser destacada.
"A PRF também está aprimorando cada vez mais o seu trabalho de fiscalização e os serviços de inteligência utilizados para combater toda essa situação", concluiu.
Além da cocaína, no primeiro trimestre, a PRF apreendeu 241 toneladas de maconha, 2,3 toneladas de skunk e 133 quilos de crack. Também foram apreendidos 7.993.897 maços de cigarro. Confira o levantamento completo:
Estima-se que as apreensões tenham causado prejuízo de R$ 6,56 bilhões aos "donos" dos ilícitos.
Cocaína
Nos primeiros três meses deste ano houve um aumento expressivo na apreensão de cocaína e cloridrato de cocaína. No mês de abril, também foram realizadas grandes apreensões, e a tendência é de que o volume 2022 seja superado antes mesmo do meio do ano.
Conforme noticiado anteriormente, na noite do dia 24 de abril a PRF apreendeu 484 kg de cloridrato de cocaína em uma carga de carnes em Paranaíba, município localizado a aproximadamente 407 quilômetros da Capital.
Segundo informações divulgadas em nota, os policiais abordaram um caminhão Volvo/FH 540, que transportava carne bovina in natura refrigerada, durante fiscalização na BR-158. A equipe verificou que o caminhão apresentava excesso de peso, sendo necessária a vistoria e transbordo da carga.
Devido à carga especial, o caminhão foi encaminhado, na manhã seguinte (25), a um frigorífico em Paranaíba (MS) para checagem. Após a abertura do compartimento de carga, a equipe descobriu vários fardos com tabletes de cocaína escondidos.
Questionado, o condutor disse ter sido contratado para transportar a droga até o estado de São Paulo, sem saber o destino exato. Disse também que receberia R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) pelo transporte.
No dia 9 de abril, em Bataguassu (município a aproximadamente 311 quilômetros da Capital), a PRF também apreendeu 485 quilos de cocaína em meio a um carregamento de óleo de soja.
Valores
De acordo com a PRF, o carregamento interceptado em Sidrolândia foi avaliado em R$ 334 milhões, o que equivale a R$ 179,5 mil por quilo.
No primeiro trimestre, as 6,7 toneladas interceptadas pela Polícia Rodoviária Federal impediram que os proprietários da cocaína faturassem pouco mais de R$ 1,9 bilhões.
Ao longo de todo o ano passado, a corporação apreendeu somente em Mato Grosso do Sul 10,7 toneladas de cocaína e cloridrato de cocaína, estimados em 1,9 bilhão de reais. No ano anterior foram 5,2 toneladas, o que equivale a R$ 936 milhões de prejuízo ao narcotráfico. Em 2020, foram 5.041 quilos.
Os números comprovam que Mato Grosso do Sul, que até há alguns anos era rota da maconha Paraguaia, foi definitivamente transformada também em rota da cocaína. E não é só a PRF que está batendo recordes de apreensões.
No dia 13 de abril, a Polícia Militar fez a maior apreensão da droga na história da Capital. Num galpão na saída de Campo Grande para São paulo foram descobertos 839 quilos do entorpecente.
Com informações de Neri Kaspary