Equipe canadense vítima de ataque de jagunços está sendo acompanhada pelo Nupiir (Núcleo de Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas) da Defensoria Pública. O grupo foi espancado por pistoleiros na noite de terça-feira (21), próximo a área de retomada da Fazenda Maringá, em Iguatemi.
Conforme os relatos, o grupo formado pelo casal do jornalista canadense Renaud Philippe, 39 anos, e da antropóloga brasileira Ana Carolina Mira Porto, 38 anos, e o engenheiro florestal Renato Farac Galata, 41 anos, desembarcou no Estado no último sábado (18) para realizar a captação de imagens para um documento sobre as comunidades indígenas.
Após visitarem os locais das filmagens e participarem da Assembleia Aty Guassu Guarani Kaiowá, eles foram surpreendidos por uma barreira com 30 caminhonetes em uma estrada vicinal.
“Estávamos voltando da visita técnica, há uns 6 quilômetros da rua principal dos pontos escolhidos, quando nosso carro foi fechado pelas caminhonetes. Os homens estavam encapuzados, armados, invadiram nosso veículo e começaram a bater na gente. Além disso, também fomos ameaçados e submetidos a tortura psicológica”, detalhou emocionada a antropóloga brasileira Ana Carolina Mira Porto.
Na sede da Defensoria, o jornalista canadense contou que além dos chutes, socos, empurrões e puxões de cabelo sofridos pelos três, os agressores cortaram o cabelo dele, ameaçaram cortar o cabelo da antropóloga e roubaram todos os equipamentos de trabalho e documentos da equipe.
“Abriram nossas bagagens, levaram máquinas fotográficas, equipamentos cinematográficos, dois Iphones e demais instrumentos que utilizamos, nossos documentos pessoais e passaportes”, avalia o jornalista Renaud Philippe, que calcula um prejuízo de pelo menos 20 mil dólares.
Após roubarem todos os pertences, os jagunços ameaçaram os profissionais de morte caso não fossem embora e partiram.
“Quando as vítimas voltavam do local da agressão, se encontraram com a nossa equipe do núcleo, que também realizava um trabalho próximo dali, e foram socorridas. O boletim de ocorrência foi registrado em Amambai, na delegacia de Polícia Civil, e posteriormente até o Instituto Médico Legal onde passaram pelo exame de corpo de delito”, diz o coordenador do Nupiir, defensor público Lucas Colares Pimentel.
Por meio de nota, a PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) informou que "não recebeu, através do seu canal de contato com a população (190), nenhuma solicitação de apoio de jornalista na região de Iguatemi" e que "uma equipe do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) chegou a abordar os profissionais que gravaram um vídeo denunciando agressão, mas não foi informada dos fatos durante a abordagem".
"Além disso, os mesmos registraram um boletim de ocorrência na Delegacia da Polícia Civil em Amambai, porém não relataram nenhum fato em desfavor tanto do DOF quanto da PM, apenas informando que haviam sido abordados no percurso, fato que será devidamente apurado", completa a nota.
Com informações do Campograndenews
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