Publicado em 16/12/2022 às 11:30, Atualizado em 15/12/2022 às 23:25
Os bovinos, que teriam hoje valor de mercado de aproximadamente R$ 1 milhão, foram furtados no início de novembro
Em ação inédita, a Iagro (Agência Estadual de Defesa Animal e Vegetal) recuperou 230 cabeças de gado que foram roubadas de uma propriedade de Corumbá. Os bovinos, que teriam hoje valor de mercado de aproximadamente R$ 1 milhão, foram furtados no início de novembro em uma fazenda no município e levados até uma propriedade na região de Filadélfia, no Paraguai, a aproximadamente 150 quilômetros da fronteira com o Brasil.
De acordo com o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, no dia 17 de novembro, o gado foi encontrado numa ação conjunta com o Senacsa (Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal do Paraguai). "Ao tomarmos conhecimento do caso, realizamos uma ação conjunta que envolveu o Senacsa, a Brigada anti-abigeato do Alto Paraguai e os técnicos da Iagro. O trabalho envolveu a inteligência da fronteira que realiza o monitoramento de rodovias. Realizamos uma operação conjunta que também envolveu a polícia brasileira e a paraguaia, além do Senacsa que realizou a diligência. Nossa equipe técnica esteve na propriedade e foi confirmado através das marcas que realmente era o gado que havia sido roubado", salientou.
A equipe ainda identificou e inspecionou o estado sanitário dos animais que não tinham sinais de lesões de enfermidades vesiculares e nem outras doenças infectocontagiosas. O gado já retornou para a propriedade de origem e os técnicos da Iagro já fizeram todo o protocolo sanitário, que inclui vacinação, quarentena e acompanhamento técnico.
Parceria de sucesso
O sucesso da operação, segundo o diretor da Iagro, se deu pela parceria entre os serviços de inspeção animal do Brasil e Paraguai e a eficiência do sistema de monitoramento e vigilância integrado da fronteira. Ingold salientou que Mato Grosso do Sul tem um termo de cooperação entre o Senacsa e Iagro, que estabelece as medidas de interesse mútuo, como criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de área livre de febre aftosa e ampliar as zonas livres da doença sem vacinação, protegendo o patrimônio pecuário nacional.
O convênio ainda prevê o compartilhamento de informações de interesse sanitário (marca do rebanho, documentos de trânsito animal, entre outros), acompanhamento bilateral de atividades executadas e a fiscalização de trânsito agropecuário até 15 km a partir da linha de fronteira entre MS e o Paraguai.
"Tivemos êxito porque trabalhamos coordenados com o Senacsa, na figura do diretor José Carlos Martin Comperchioli, que não mediu esforços para apoiar a operação", citou Ingold.
José Carlos Martin Comperchioli ressaltou a parceria com o governo brasileiro por meio da Iagro e do Ministério da Agricultura. "Temos orgulho em manter esta cooperação em conjunto, este regramento. A fronteira de Mato Grosso do Sul não é apenas Ponta Porã e Paraguai, mas todo o território. E agora, com o Estado consolidando nos próximos anos seu status de livre de vacinação de aftosa, estaremos muito atentos e em posição de alerta máximo para ajudar a cuidar a movimentação do gado", frisou.
O diretor-presidente da Iagro ressalta a importância da parceria também com os produtores rurais para o sucesso nas ações de combate a doenças e também de roubas de gado. "Essa comunicação integrada com os produtores nos garante mais eficácia nesse trabalho. Temos que atuar em conjunto com a classe produtora para evitar justamente esses roubos para seguirmos sempre com ações de sucesso. A Iagro está ao lado do produtor rural em muitas ações que estão sendo feitas pelo governo, independente da parte sanitária", concluiu.