Publicado em 05/04/2021 às 17:00, Atualizado em 05/04/2021 às 14:52

Paraguai relaxa restrições no pior momento da pandemia

País vizinho registra recordes diários de mortes pela covid e está com hospitais lotados

Redação,

Mesmo sob críticas de médicos e cientistas, o governo do Paraguai reduziu as medidas de restrição adotadas há duas semanas para tentar conter a contaminação pela covid-19. O país que tem pelo menos 500 quilômetros de fronteira seca com Mato Grosso do Sul enfrenta o pior momento da pandemia, com recordes diários de mortes e colapso nos hospitais das principais cidades.

Eventos sociais e venda de bebidas alcoólicas estão liberados de 5h da madrugada até meia-noite. Esportes em grupo de até quatro pessoas e retorno das aulas híbridas ou semipresenciais também estão liberados a partir de hoje.

O decreto presencial, com validade até o dia 12 deste mês, também libera eventos sociais com lotação de até cem pessoas. Encontros residenciais entre familiares e amigos também podem ser feitos, com no máximo 12 pessoas presentes.

Atividades artísticas também estão liberadas com até 75 pessoas todas sentadas e seguindo todos os protocolos de biossegurança e uso obrigatório de máscara. Essa medida inclui eventos religiosos em espaços fechados. Em espaços abertos, o número é de até cem pessoas.

Profissionais de saúde da linha de frente da luta contra a doença criticaram a decisão do presidente Mario Abdo Benítez. Ao contrário do Brasil, onde o STF (Supremo Tribunal Federal) deu poderes também a Estados e municípios para dotarem regras próprias, no Paraguai apenas o governo nacional decide sobre as medidas relacionadas à pandemia.

“Estamos no momento mais crítico, recebendo pacientes por quem não podemos fazer mais nada. Hospitais públicos e privados estão colapsados”, afirmou a médica Yolanda González, diretora do Hospital Nacional de Itauguá.

Em 391 dias de pandemia, 4.399 pessoas morreram em decorrência da covid-19 no Paraguai. Citado como bom exemplo na luta contra a doença em 2020, o país – com sistema de saúde precário se comparado ao SUS brasileiro – vê os números aumentarem todos os dias.

Apesar do expansão do vírus, o Paraguai, com cerca de 7 milhões de habitantes, tem menos mortes que Mato Grosso do Sul, Estado com menos da metade da população do país vizinho. Em MS, até ontem eram 4.481 mortes.

Com informações do Campograndenews