Publicado em 26/12/2018 às 14:28, Atualizado em 26/12/2018 às 10:31

O homem acusado de fingir ser padre e ter enganado a Igreja Católica por 18 anos

Miguel Ángel Ibarra ministrou comunhões, ouviu confissões, celebrou casamentos e batizados na Colômbia e na Espanha.

Redação,
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Ibarra foi desmascarado após alguém denunciar que sua documentação era falsa

Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Por 18 anos, ele ministrou comunhões, escutou confissões, celebrou casamentos e batizados. Mas a Igreja Católica na Espanha acaba de divulgar que o colombiano Miguel Ángel Ibarra praticava o sacerdócio sem ter sido ordenado padre.

Ele atuava desde outubro de 2017 como pároco na cidade de Medina Sidonia, na província de Cádis, no sul da Espanha.

De acordo com o Bispado de Cádis e Ceuta, Ibarra foi para a Espanha graças a um acordo assinado com o Arcebispo da Arquidiocese de Santa Fé de Antioquia, na Colômbia, a que ele estava vinculado anteriormente.

E foi justamente de lá que vieram as pistas que acabaram por desmascará-lo, segundo a Igreja Católica. Ibarra atuou durante anos como pároco em várias dioceses da Colômbia.

Houve uma denúncia contra ele e, após uma investigação, a Arquidiocese colombiana descobriu que os documentos que credenciavam seu sacerdócio haviam sido falsificados - e que, na verdade, ele nunca havia sido ordenado.

Após ser notificada da farsa, a diocese de Cádis e Ceuta determinou que Ibarra fosse destituído de suas funções.

"O suposto sacerdote terá que responder, nos próximos dias, à Arquidiocese de Santa Fé de Antioquia, onde é procurado", diz o comunicado.

Mas o que vai acontecer com os casamentos e demais sacramentos que Ibarra ministrou por quase 20 anos?

De acordo com as autoridades eclesiásticas, os casamentos e batismos continuarão válidos, mas o mesmo não se aplica às comunhões ou confissões que ele ouviu.

"A diocese de Cádis e Ceuta já está trabalhando na respectiva investigação e na reparação das consequências que a atuação desta pessoa pode ter acarretado", indica o texto.

Ao jornal espanhol El País o homem acusado de ser um falso padre afirmou ter documentos que comprovam sua experiência no sacerdócio, mas não quis dar mais explicações sobre as acusações que pesam contra ele. O paradeiro de Miguel Ángel Ibarra é desconhecido.

Esta não é a primeira vez que um indivíduo é acusado de fingir ser sacerdote.

Em 2008, um homem que não havia sido ordenado padre foi desmascarado ouvindo confissões na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Ele se vestia como um sacerdote, mas quando as autoridades italianas checaram sua documentação, descobriram que ele era um impostor.

Conteúdo - BBC News