Publicado em 18/02/2024 às 16:02, Atualizado em 18/02/2024 às 17:28
Primeiro-ministro de Israel afirmou que o presidente brasileiro “cruzou linha vermelha” ao citar Hitler e o Holocausto
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo (18.fev.2024) que a comparação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra entre Israel e Hamas e o nazismo é “vergonhosa”.
Netanyahu afirmou ainda que vai convocar o embaixador brasileiro no país para uma “dura conversa de repreensão” na 2ª feira (19.fev).
Lula comparou nesta manhã a operação militar de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus realizado por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, declarou o presidente brasileiro a jornalistas em Adis Abeba, na Etiópia, onde esteve para participar da cúpula da União Africana.
Segundo o primeiro-ministro israelense, Lula “cruzou uma linha vermelha”. O líder político afirmou que Israel vai continuar lutando pela sua existência e a “garantia do seu futuro”.
“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, disse Netanyahu.
O primeiro-ministro israelense e o ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, decidiram em conjunto convocar o embaixador brasileiro Frederico Meyer para prestar esclarecimentos depois das falas de Lula.
CONIB SE MANIFESTA
A Conib (Confederação Israelita do Brasil) também criticou Lula neste domingo (18.fev). Disse que o governo brasileiro “vem adotando uma postura extrema e desequilibrada” em relação à guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas.
Segundo a entidade, a posição reflete um abandono da “tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira”.
A Conib disse que “os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus”. Por outro lado, “Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de 1.000 pessoas, promoveu estupros em massa” e “queimou pessoas vivas”.
A entidade conclui a nota pedindo “moderação aos dirigentes para que a trágica violência” no Oriente Médio não atinja o Brasil.