Publicado em 07/02/2020 às 13:03, Atualizado em 07/02/2020 às 09:19
A Organização Mundial da Saúde lamentou a morte do oftalmologista nas redes sociais.
O Hospital Central de Wuhan, na China, confirmou nesta quinta-feira, dia 06 de fevereiro, por volta das 16 horas, no horário de Brasília, que o médico oftalmologista Li Wenliang, de 34 anos, morreu por infecção de coronavírus. Wenliang foi um dos primeiros a identificar e falar abertamente sobre o surto da doença na cidade de Wuhan, na província de Hubei - zona central da China.
Wenliang havia sido acusado, no início de dezembro de 2019, de espalhar rumores alarmistas sobre uma doença com um possível índice elevado de contaminação no centro de internação do hospital de Wuhan. O médico comentou em um aplicativo de mensagens instantâneas que os sintomas dos pacientes diagnosticados com pneumonia eram semelhantes aos sintomas da Sars, a síndrome respiratória aguda grave, que afligiu a China em 2002. Todos os pacientes com pneumonia tinham relação com o mercado de Huanan, conhecido popularmente como “mercado de animais vivos”. O médico foi o primeiro a fazer a conexão com a possibilidade de uma nova epidemia.
Chamado pela polícia local para depor, Wenliang teve que assinar um termo de responsabilidade afirmando que ele não espalharia mais rumores sobre a doença. Semanas mais tarde, os avisos do médico tornaram-se uma ameaça concreta: o coronavírus 2019-nCoV. Li Wenliang foi infectado enquanto atendia pacientes portadores do vírus.
Polêmica
Após o Hospital Central de Wuhan publicar em redes sociais o falecimento do médico, centenas de milhares de comentários foram feitos criticando a conduta do governo chinês. A repercussão negativa fez com que o Governo Central da China emitisse uma nota desmentindo a morte de Li Wenliang, afirmando que ele estava em estado grave, mas ainda com vida.
A história foi retratada horas mais tarde, com um novo comunicado de falecimento vindo do Hospital Central de Wuhan. A Organização Mundial da Saúde lamentou a morte do oftalmologista nas redes sociais.
Fonte G 1