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08/03/2025 às 12:32, Atualizado em 08/03/2025 às 11:52

EUA fuzilam condenado à pena de morte pela 1ª vez em 14 anos

Segundo a Associated Press, Brad Sigmon, 67 anos, foi declarado morto às 18h08 do horário local (20h08 em Brasília).

Um condenado à pena de morte foi fuzilado nesta sexta-feira, dia 07 de março, nos Estado Unidos, no estado da Carolina do Sul. Esta é a primeira vez em quase 15 anos que o pelotão de fuzilamento é usado como método de execução no país, e a quarta desde que a pena capital foi reintroduzida no país, em 1976.

Segundo a Associated Press, Brad Sigmon, 67 anos, foi declarado morto às 18h08 do horário local (20h08 em Brasília).

De acordo com as regras do procedimento, Sigmon foi amarrado a uma cadeira com um alvo em seu coração e um capuz cobrindo seu rosto. Os disparos foram feitos por três voluntários armados com rifles, munidos de balas projetadas para se estilhaçarem no contato com os ossos.

Segundo testemunhas da execução, Sigmon estava totalmente vestido de preto, incluindo os crocs que ele calçava. Ele parecia sereno ao acenar para seu advogado, e pronunciou suas últimas palavras antes de um capuz ser colocado. O fuzilamento ocorreu após cerca de dois minutos de um momento silencioso na câmara de execução, durante o qual o condenado suspirou profundamente algumas vezes.

As testemunhas também relataram sangue após os disparos e um buraco provocado por uma bala na altura do peito esquerdo.

Por que os EUA vão retomar execuções por fuzilamento

Mais cedo, a Suprema Corte estadual havia negado um pedido de adiamento da execução feito pela defesa. A última esperança de Sigmon seria a clemência do governador, que também foi negada.

A morte por fuzilamento raramente é utilizada nos Estados Unidos, mas bastante comum em outros países do mundo que têm a pena capital — um dos quais a Indonésia, onde dois brasileiros presos foram fuzilados em 2015.

Sigmon, que admitiu ter matado os pais da ex-namorada com um taco de beisebol depois que ela se recusou a voltar para ele, disse que escolheu morrer por balas porque considerou piores as outras opções oferecidas pelo estado.

Seus advogados disseram que ele não queria escolher a cadeira elétrica, que o "cozinharia vivo", ou uma injeção letal, cujos detalhes são mantidos em segredo na Carolina do Sul.

Ele também temia que uma injeção de pentobarbital em suas veias enviasse um fluxo de fluido para seus pulmões e o afogasse. Na quinta-feira (6), Sigmon pediu à Suprema Corte dos Estados Unidos que adiasse sua execução porque o estado não divulga informações suficientes sobre a droga de injeção letal.

Pelotão de fuzilamento

A única opção restante do condenado à morte era um pelotão de fuzilamento, um método de execução com uma história longa e violenta nos Estados Unidos e ao redor do mundo. A morte por uma rajada de balas já foi usada para punir motins e deserções em Exércitos, como justiça de fronteira no Velho Oeste norte-americano e como uma ferramenta de terror e repressão política na antiga União Soviética e na Alemanha nazista.

Nos últimos anos, no entanto, alguns defensores da pena de morte começaram a ver o pelotão de fuzilamento como uma opção mais humana: se a mira dos atiradores for verdadeira, a morte é quase instantânea, enquanto injeções letais exigem a introdução de um catéter em uma veia. A eletrocussão parece queimar e desfigurar. E os presos já foram vistos se contorcendo e sofrendo com o emprego do método mais recente, gás nitrogênio — usado para sufocá-los ao ser injetado através de uma máscara.

Ronnie Gardner havia sido o último prisioneiro a ser executado por um pelotão de fuzilamento, em Utah, em 2010. Seu irmão não concorda que o método seja mais humano.

"Isso será horrível e bárbaro", disse Randy Gardner. Ele disse que não testemunhou a morte do irmão, mas carrega suas fotos da autópsia em um envelope. Ele tirou várias para mostrar a um repórter da Associated Press que testemunhará a execução desta sexta-feira.

O crime

Sigmon espancou até a morte os pais de sua ex-namorada com um taco de beisebol pois estava bravo porque eles o haviam expulsado de um trailer que possuíam, onde ele morava de favor. Eles estavam em quartos separados na casa deles, no Condado de Greenville e Sigmon os perseguiu de um lado para o outro, atacando-os até que eles morressem, disseram os investigadores.

Sigmon então sequestrou sua ex-namorada sob a mira de uma arma, mas ela escapou de seu carro. Ele atirou nela enquanto ela corria, mas errou, disseram os promotores.

"Minha intenção era matá-la e depois a mim mesmo", disse Sigmon em uma confissão digitada por um detetive após sua prisão. "Essa era minha intenção o tempo todo. Se eu não pudesse tê-la, não deixaria mais ninguém tê-la. E eu sabia que chegaria ao ponto em que não poderia mais tê-la."

Com informações do g1

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