Publicado em 15/06/2018 às 07:00, Atualizado em 14/06/2018 às 18:37
Tamara Pletnyova, líder do Comitê para Famílias do Parlamento russo, argumenta que crianças mestiças 'sofrem' demais na Rússia.
A líder do Comitê para as Famílias do Parlamento russo pediu na quarta-feira (13) que suas compatriotas não façam sexo com estrangeiros que não sejam brancos durante a Copa do Mundo .
À imprensa local, a parlamentar Tamara Pletnyova disse que transar com estrangeiros aumenta o risco de que as russas se tornem mães solteiras de filhos mestiços.
"Essas crianças mestiças sofrem e sofreram desde os tempos soviéticos ", justificou Pletnyova.
"É uma coisa se eles são da mesma raça, mas outra bem diferente, se eles são de uma raça diferente. Eu não sou nacionalista, mas mesmo assim sei que as crianças sofrem. As crianças são abandonadas, e é isso, acabam ficando aqui com a mãe", afirmou a deputada do Partido Comunista KPRF , que costuma apoiar o presidente Vladimir Putin em votações importantes.
Os comentários geraram controvérsia. Os russos brancos, segundo o censo de 2010, correspondem a 81% da população do país - o restante inclui minorias étnicas como turcos e mongóis.
O comentário da deputada foi motivado por uma pergunta relacionada aos chamados "filhos da Olimpíada" de Moscou, em 1980.
O termo é considerado pejorativo e normalmente é a associado a russos de ascendência africana, latina ou asiática - que sofrem preconceito no país, principalmente em cidades do interior.
A frase sugere que estas pessoas teriam sido concebidas durante os Jogos, por mulheres russas que se relacionaram com estrangeiros. Nos anos 1980, ainda sob a régua do comunismo soviético, métodos contraceptivos eram raros no país.
Ainda segundo Pletnyova, as russas devem "se casar por amor, independente de sua etnia".
Com informações da BBC News