Pela primeira vez em 20 anos, a Bolívia vai ao 2º turno das eleições presidenciais sem um candidato de esquerda. O Movimento ao Socialismo (MAS), partido que levou Evo Morales ao poder em 2005 e dominou a política nacional desde então, sofreu uma derrota histórica no pleito deste domingo (17).
Segundo dados do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Rodrigo Paz Pereira(32,08% dos votos), do Partido Democrata Cristão, e o ex-presidente Jorge "Tuto" Quiroga (26,94%) , da Aliança Livre, foram os mais votados e seguem na disputa. O 2º turno está marcado para o dia 19 de outubro.
Samuel Doria Medina, que era o favorito nas pesquisas, ficou em 3º lugar (19,93%). Na esquerda, Andrónico Rodríguez ficou em 4º, com 8,11%, enquanto o candidato do MAS, Eduardo del Castillo, registrou apenas 3,14%. O voto nulo, defendido por Evo Morales , alcançou 19%, nível recorde.
Esquerda "derrete" na Bolívia
A derrota histórica da esquerda ocorre após anos de esgotamento do MAS, que chegou às eleições enfraquecido por rachas internos e pela pior crise econômica do país em duas décadas.
Evo, impedido de concorrer, rompeu com o atual presidente Luis Arce e com Andrónico, seu antigo aliado, e passou a defender o voto nulo como protesto.
A divisão interna se somou à crise econômica: as reservas em dólar colapsaram, as exportações de gás caíram, o câmbio disparou e a inflação chegou a 25% em julho. O resultado foi o descontentamento da população.
Os dois candidatos
Paz, senador e filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, é visto como a alternativa moderada: seu discurso foca na estabilização econômica e fortalecimento das instituições democráticas.
Já Quiroga, ex-presidente entre 2001 e 2002, é considerado o candidato da "direita tradicional". Ele defende medidas econômicas liberais, combate ao narcotráfico e modernização do Estado.
O próximo presidente assume o posto em 8 de novembro, com o desafio de recuperar a economia e fazer alianças em um Parlamento fragmentado. Com informações do Portal IG.
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