Publicado em 01/09/2016 às 10:00, Atualizado em 01/09/2016 às 00:19
Modelo atual acelera apuração e evita fraudes nos pleitos eleitorais
Neste ano, a urna eletrônica completa 20 anos de sua criação. De 1996 para cá, o equipamento já passou por cinco modificações até chegar ao modelo atual. Hoje, a máquina inventada no Brasil é referência para processos eleitorais em todo o mundo. Países como Paraguai e Argentina já utilizaram urnas brasileiras.
Tecnologia brasileira
O modelo eletrônico para registro dos votos começou a ser desenvolvido na década de 1960, por Sócrates Ricardo Puntel. A ideia era de que o equipamento evitasse fraudes no processo, assim como erros de dupla contagem, problemas comuns na época em que cada eleitor declarava seu voto nas cédulas.
Antes do modelo eletrônico de urna que é utilizado hoje, equipamentos de outros materiais chegaram a ser testados, como: madeira, metal e lona. No tempo do Império e nos primeiros anos da República, não havia cédula oficial e os votos eram registrados em qualquer papel e, em seguida, depositados em uma caixa de madeira. A legislação da época possibilitava ainda que o eleitor simplesmente declarasse sua escolha em voz alta.
A informatização também tornou o processo de apuração dos votos mais rápido: antes da meia-noite do dia da votação, a Justiça Eleitoral divulga o resultado da eleição. Na última eleição geral a utilizar somente o sistema manual, o pleito de 1994, o nome do presidente da República só foi anunciado depois de 36 dias de apuração e consolidação do resultado. Nas últimas eleições gerais, em que também foi usado o sistema biométrico, cerca de sete horas depois do fim da votação, o nome do presidente eleito foi anunciado.
Pioneira
O próprio Código Eleitoral criado em 1932 previa o uso de uma máquina para contabilizar os votos dos eleitores, o que só viria a se concretizar 64 anos mais tarde.
Mas essa transição para o meio eletrônico de votação só se tornaria possível com a informatização do cadastro dos eleitores na Justiça Eleitoral, que começou em 1985. Nessa época, quase 70 milhões de eleitores em todo o País passaram pelo recadastramento eletrônico. Dessa forma, foi estruturado o banco de eleitores por meio da criação do número único nacional.
Quase uma década depois, em 1994, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) processou o resultado final do pleito eleitoral daquele ano em computadores pela primeira vez.
Somente dois anos depois é que os equipamentos foram usados no País pela primeira vez nas eleições municipais de 1996. À época, 32 milhões de pessoas puderam votar em alguma das 70 mil urnas eletrônicas espalhadas por 57 cidades. A cifra representava um terço dos votantes naquele ano. Foi só no pleito de 2000 que todos os eleitores usaram as urnas eletrônicas na votação.
Em 2012, um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizou uma auditoria nas urnas e atestou a eficácia dos equipamentos no sistema de votação.
Em 2014, houve uma nova adaptação: todos os 115 milhões de eleitores tiveram de passar pelo recadastramento biométrico na Justiça Eleitoral, que, além de registrar as digitais, também cadastrou a assinatura eletrônica dos cidadãos para reforçar a segurança do processo. Naquele ano, 71.843 urnas com o novo sistema de identificação foram usadas na votação.
Acessibilidade
Outra preocupação à época da criação da urna era viabilizar o voto eletrônico para portadores de deficiência. Por isso, as urnas, além das teclas com inscrições em braile, também contam com saídas de áudio para auxiliar deficientes visuais desde o ano 2000. No dia da votação, intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) auxiliam os deficientes auditivos.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Tribunal Superior Eleitoral