Publicado em 30/07/2023 às 12:33, Atualizado em 29/07/2023 às 23:24
Superintendente de Economia Criativa de Mato Grosso do Sul, Décio Coutinho fala que a proposta do encontro é a de trazer conteúdo de economia criativa às mulheres que já fazem parte deste setor.
A agenda de sexta-feira (28) faz parte da campanha Julho das Pretas, promovida pela Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, e contou com a participação da Superintendência de Economia Criativa, Subsecretária de Assuntos Comunitários e Subsecretaria de Políticas Públicas LGBTQIA+.
Com o tema "Eu, Mulher Preta Empreendedora - Transformando o artesanato em renda", a proposta foi despertar o olhar do empreendedorismo nas mulheres presentes. Voluntária no instituto, Maria Claudelina, de 42 anos, recorda com orgulho da primeira vez que retomou o crochê como geração de renda.
"Aprendi com a minha avó aos 9 anos, mas peguei firme no crochê mesmo em 2015, quando meu esposo teve um acidente e eu precisei pegar na linha e na agulha para trabalhar. Comecei fazendo barra de pano de prato até chegar nas roupas. Hoje faço porque além de tirar meu estresse, ajuda financeiramente", narra.
O crochê virou profissão, e basta entrar o dinheiro do Bolsa Família que Maria corre para comprar as linhas. Agora já entrou na produção de amigurumis, roupa de praia, saída de banho, colchas e cortinas. "A transformação da linha em obra de arte é emocionante de se ver, e eu sempre que vejo uma coisa falo que vou tentar este desafio. A gente nunca sabe tudo", afirma.
Maria Claudelina foi uma das mulheres cadastradas pela Gerência de Artesanato da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul para ter a formalização de artesã.
Superintendente de Economia Criativa de Mato Grosso do Sul, Décio Coutinho fala que a proposta do encontro é a de trazer conteúdo de economia criativa às mulheres que já fazem parte deste setor.
"Mostrar a importância do artesanato, não só de ser um elemento de arte, terapia, mas como uma grande oportunidade de geração de renda. Hoje temos um mercado de artesanato muito grande no Brasil, e se organizado devidamente, esta pode ser a forma da pessoa ter uma receita baseada no seu fazer artesanal", explica.
À frente do Instituto Misericordes, o padre Agenor Martins Silva conta que são pelo menos 20 mil moradores na região. "Pessoas que são produtoras de cultura, porque elas sobrevivem do que produzem, e produzir cultura é importante. A presença de vocês aqui é bastante relevante porque há muitos anos este pessoal vem produzindo, mas o Estado não nos vê", reflete o padre.
Compromissos
Além da palestra de hoje, as mulheres podem esperar pelo Perifeirarte, evento que leva cidadania, formação e cultura para as periferias. "Estamos trabalhando para estabelecer parceria com pontos em periferias, para que empresas locais saibam quem são as pessoas daqui que precisam de qualificação para trabalhar aqui, nesta região. A gente quer trazer formação e informação", destaca o subsecretário de Assuntos Comunitários, Jairo Luiz Silva.
Para a subsecretária de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, Vânia Lúcia Baptista Duarte, a transversalidade da cidadania foi trabalhada. "Reunimos a Subsecretaria de Assuntos Comunitários, a Economia Criativa para levar ações até a periferia, levar a temática racial para diversos locais, mostrar o que a periferia já produz, e que isso é arte e também economia", frisa.
O Instituto Misericordes
Desde 2013, o Instituto Misericordes Sicut Pater realiza ações de amparo às crianças e famílias dos trabalhadores de material reciclável do Aterro Sanitário de Campo Grande/MS.
Todos os dias, enquanto os pais seguem para o trabalho, suas crianças ficam sob a guarda do nosso grupo que as recebem e fornecem alimentação de qualidade (leite, almoço e lanche da tarde), além de atividades de educação e cidadania.
O Instituto fica na Rua Emiliana Arruda de Araújo 375/403 - Parque do Sol.