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18/02/2024 às 06:30, Atualizado em 17/02/2024 às 18:11

Trabalho de peritos papiloscopistas de MS é referência para o País

Esse processo, embora técnico, vai além da simples coleta de dados.

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Divulgação

Em 5 de fevereiro é celebrado o Dia do Perito Papiloscopista. No Estado de Mato Grosso do Sul, estes profissionais tem uma missão diária de comprometimento com o trabalho, contribuindo com a investigação criminal da Polícia Judiciária, bem como colaborando com a sociedade em geral com a identificação civil das pessoas e perícia necropapiloscópica em situações emblemáticas. No último ano, a perícia papiloscópica de MS encarou situações extremamente difíceis, mas garantiu a solução do problema. "Pode se dizer que o desafio move nossa profissão, em função do grau de dificuldade que temos encarado e o empenho para entregar a missão concluída", afirma Danielle Bueno, presidente do Sindicato dos Peritos Papiloscopistas de MS (Sinpap/MS).

Entre as atribuições da carreira existe uma que é fundamental, que é a coleta de impressões digitais de pessoas vivas ou mortas para fins de identificação papiloscópica civil ou criminal. Este trabalho é para comparar impressões papilares e realizar as buscas no arquivo datiloscópico e sistemas automatizados de identificação de impressão digital, inclusive em cadáveres, com a consequente elaboração do laudo necropapiloscópico.

Esse processo, embora técnico, vai além da simples coleta de dados. "É uma busca pela verdade, uma chave para desvendar identidades, garantir que a justiça seja feita e devolver um ente à sua família. É um trabalho que exige precisão, paciência e profundo conhecimento", afirma Danielle, "A perícia de identificação não é apenas um procedimento, é uma missão vital que toca a essência da nossa sociedade", completa.

Solução de casos desafiadores - Um caso que ilustra a complexidade e importância do trabalho desafiador da perícia papiloscópica foi a identificação de um corpo mumificado (endurecido e seco) encontrado em Campo Grande, há cerca de um ano. Isso evidencia a complexidade e a importância dessa tarefa. Com base na requisição da autoridade policial para a identificação necropapiloscópica, uma equipe de peritos papiloscopistas mostrou empenho e dedicação no emprego de técnicas para garantir o cumprimento da missão. Depois de diversas tentativas, foi usada glicerina, deixando a amostra hidratar por 12 horas. Após este processo minucioso por conta do estado do corpo, foi usada tinta preta pra coletar em suporte secundário azul a impressão digital em condições de análise, confronto e identificação.

Outro caso emblemático para o trabalho e identificação dos peritos papiloscopistas foi o de um cadáver encontrado em avançado estado de decomposição no município de Rio Negro, que foi levado para o Núcleo de Identificação de Coxim. Num cenário desafiador, apareceu a determinação da perita papiloscopista do caso em dar respostas e fazer justiça. O detalhe crucial estava na epiderme do polegar esquerdo, a parte mais preservada. Com precisão cirúrgica, foi coletada a impressão digital e aplicada técnicas de hidratação e restauração para revelar a identidade oculta pelo tempo e pelas circunstâncias. O resultado trouxe paz e encerramento para as famílias envolvidas, além de evidenciar o profissionalismo da perita.

O caso mais recente e de extremo grau de dificuldade aconteceu no dia 6 de fevereiro, em Campo Grande. Um indivíduo invadiu uma subestação de energia elétrica e sofreu descargas elétrica de alta tensão, que provocaram morte instantânea e deformações em seu corpo, que ficou totalmente carbonizado. O cadáver foi examinado pelos peritos papiloscopistas, na ocasião foi identificada a incidência de agente térmico causando a carbonização de toda a pele, o que não impossibilitou a aplicação de outras técnicas realizadas pelos especialistas em identificação humana.

Após o tratamento adequado, foi possível realizar a coleta das impressões digitais e posteriormente definir a identidade do cadáver através da perícia necropapiloscopica.

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