Nos últimos anos, nossa sociedade foi marcada por diversas tragédias relacionadas ao suicídio, especialmente entre jovens. Cada vida perdida representa não apenas uma dor imensa para as famílias, mas também um sinal de alerta que não podemos ignorar.
É possível pensar que estamos diante de uma crise de saúde mental que afeta de forma significativa os jovens de nossa sociedade, e é fundamental que todos, especialmente pais, educadores e amigos, entendam a urgência de nos unirmos para apoiar aqueles que estão precisando de ajuda.
Diante disso, nunca foi tão urgente refletirmos sobre o assunto e nos mobilizarmos para oferecer apoio a quem precisa, muitas vezes um simples abraço, uma palavra de incentivo, ouvi-la, olhar nos olhos, um sorriso, um aperto de mão, oferecer ajuda, indicar pessoas qualificadas para atendimento ou simplesmente a companhia de sentar ao lado da pessoa sem mencionar nenhuma palavra.
Embora, o suicídio, muitas vezes, é um grito silencioso de dor e sofrimento e a maioria das pessoas que passam por essa crise não desejam morrer, mas sim encontrar uma forma de amenizar o seu sofrimento. É fundamental compreendermos que o estigma sobre a saúde mental precisa ser rompido e tratar esses temas com empatia e respeito. Pois, o aumento no número de suicídios em nossos jovens não é um evento isolado, acredita-se que pode ser reflexo de uma crise de saúde mental que estamos ignorando por tempo demais.
Portanto, é urgente que olhemos para as causas profundas desse sofrimento e busquemos respostas para evitar que mais vidas sejam ceifadas tão precocemente. Para o psicólogo e professor Thomas Joiner em e sua teoria do "triângulo de fatores" explica que a combinação de sentimentos como "desconexão social, o sentido de não pertencimento e a falta de medo da morte" contribui para o risco de suicídio. Ele enfatiza a importância de intervir nos fatores de risco antes que seja tarde demais. Pois a pressão social e expectativas irreais cobradas pela sociedade, seja no desempenho acadêmico, nas relações sociais ou na aparência. Porquanto, as redes sociais amplificam essas cobranças, criando uma ilusão de perfeição e sucesso não inatingíveis para muitos.
Além disso, a comparação constante com os outros pode gerar sentimentos de inadequação, solidão e desesperança. Para muitos, especificamente jovens, a pressão para ser "bem-sucedido" pode ser esmagadora, criando um sentimento de que, se não atenderem a essas expectativas, não têm valor.
É essencial que as pessoas que estejam sofrendo saibam que buscar ajuda é um ato de coragem, não de fraqueza. Psicólogos, psiquiatras e outros profissionais de saúde mental podem ser um grande apoio nesse processo, o acompanhamento da família e dos amigos também é fundamental. Estar presente, ouvir sem pressa de julgar, e mostrar que uma pessoa não está sozinha são passos importantíssimos para ajudar alguém a superar essa fase difícil.
Nesse sentido, o suicídio é um assunto que envolve profundas questões emocionais, sociais, psicológicas e pode ser difícil abordar de forma sensível e construtiva. Segundo, Edwin Shneidman a ideia de que o suicídio é, muitas vezes, o resultado de uma dor psicológica insuportável, para ele o suicídio é uma resposta a um sofrimento extremo. Para David Klonsky, em colaboração com Thomas Joiner, desenvolveu a teoria interpessoal do suicídio, que explora como a solidão, a sensação de ser um fardo para os outros e a perda de significado podem aumentar o risco de tirar a própria vida.
Para concluir, a prevenção e o aconselhamento são fundamentais para fortalecer aqueles que enfrentam dificuldades emocionais. É importante que saibam desta ajuda disponível, por profissionais da saúde, linhas e grupos de apoio. Pois, o estigma em torno da saúde mental e o medo de falar sobre o suicídio são barreiras que impedem muitas pessoas de buscarem ajuda. Por isso, a presença de alguém que escute sem julgamento pode ser transformadora e desmistificar esses tabus, cultivar um ambiente em que falar sobre sentimentos e angústias seja visto como um passo valioso e corajoso é fundamental para criar uma rede de segurança ao redor das pessoas em sofrimento.
Logo, a vida com todas as suas dificuldades e desafios, também é repleta de momentos de beleza, crescimento e transformação. Sendo assim, com empatia, solidariedade e amor, é possível superar até mesmo as situações mais difíceis. Portanto, saiba que a sua existência é única e há sempre um caminho de volta, pois a sua vida tem um valor imensurável.
Fonte - Rosalina Ramos Lopes
Formada em Letras pelas FINAN/FALENA, Pedagogia FINAN/ FENA e Psicopedagogia IESNA, Pós-
Graduação em Deficiência Auditiva: Tradução e Interpretação em Libras IESF, subárea Análise do
Discurso, pela UEMS.
Referências
JOINER, Thomas. Why People Die by Suicide. Cambridge: Harvard University Press, 2005.
SHNEIDMAN, Edwin. The Suicidal Mind. Oxford: Oxford University Press, 2001.
KLONSKY, David. The Interpersonal-Psychological Theory of Suicidal Behavior. Journal of
Clinical Psychology, v. 66, n. 6, p. 778-791, 2010.
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