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20/03/2018 às 15:30, Atualizado em 20/03/2018 às 19:18

Sindicalista critica Marun e pede que STF Jogue pesado contra o “colarinho branco”

José Lucas da Silva teceu duras críticas ao presidente da República, Michel Temer.

Como se não bastasse ao Brasil atravessar sua pior crise econômica, com mais de 13 milhões de trabalhadores desempregados (mais de 40 milhões se contar com um número mínimo de familiares desses profissionais) o pais enfrenta também outros sérios e graves problemas como a corrupção, enriquecimento ilícito, desvio de dinheiro público, má gestão pública, legislação em causa própria e tantos outros. “E a situação fica ainda mais crítica quando vemos o próprio governo tentando criar leis e instrumentos para livrar das grades criminosos do colarinho branco, que roubam a Nação, roubam o povo brasileiro”, afirma José Lucas da Silva, coordenador da Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB/MS e presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores nas Movimentação de Mercadorias de MS e MT – Feintramag.

José Lucas da Silva teceu duras críticas ao presidente da República, Michel Temer, pela edição do decreto do indulto de Natal, que garantia perdão judicial àqueles que já tivessem cumprido ao menos um quinto da pena (para não reincidentes) ou um terço da pena (para reincidentes), independentemente do tempo de condenação, desde que o crime tenha sido cometido sem o emprego de violência, como em casos de corrupção e lavagem de dinheiro. Criticou também o ministro sul-mato-grossense Carlos Marun, da Secretaria de Governo, por proferir, na semana passada, duras críticas ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luis Roberto Barroso, que restringiu o indulto natalino decretado pelo presidente Temer.

“Um absurdo! Essa tentativa do governo, do nosso ministro sul-mato-grossense, de criticar uma atitude sensata que vai de encontro aos anseios do povo brasileiro, adotada pelo ministro Barroso, de não permitir a impunidade daqueles que comentem crime contra a Nação”, criticou José Lucas. Ele afirma que “roubar dinheiro público, embolsando dinheiro que salvaria vidas se fossem aplicados na sáude, na educação, na infraestrutura... é sim crime bárbaro! Crime violento! Que merece sim punição rigorosa”, afirma.

Antes dessa decisão de Barroso, a ministra Cármen Lúcia havia suspendido provisoriamente os efeitos do decreto presidencial. Ela alegou, na ocasião, que o “indulto não é e nem pode ser instrumento de impunidade”. “Indulto não é prêmio ao criminoso nem tolerância ao crime. [...] o indulto constitucionalmente previsto é legitimo apenas se estiver em consonância com a finalidade juridicamente estabelecida. Fora daí é arbítrio”, escreveu a presidente do Supremo em sua decisão.

O presidente da Feintramag e coordenador da CSB, que representa dezenas de sindicatos em Mato Grosso do Sul, disse que a indignação com o procedimento do Governo Federal e especialmente do ministro Carlos Marun é de toda sociedade sul-mato-grossense. “Recebemos com perplexidade essa tentativa do nosso ministro e do presidente da República de defenderem que sejam soltos os ladrões de colarinho branco que assaltaram os cofres públicos por muito tempo”, afirmou. “Esses indivíduos são criminosos tão violentos quanto aqueles que empunham armas , ameaçam e matam pessoas. Afinal, quem duvida que o roubo de dinheiro público da saúde mata pessoas nas filas de hospitais e postos de saúde sem medicamentos?”

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