Publicado em 30/06/2021 às 10:35, Atualizado em 30/06/2021 às 12:45
O templo, um dos mais antigos do Estado, foi erguido com elementos da arquitetura eclética pelo polêmico pregador imperial Frei Mariano de Bagnaia em frente à Praça da República
Decreto assinado pelo governador Reinaldo Azambuja e pelo secretário estadual de Cidadania e Cultura, João César Mattogrosso, determina o tombamento da centenária Catedral Nossa Senhora da Candelária, em Corumbá, como bem do Patrimônio Histórico Material de Mato Grosso do Sul. Em agosto de 2017, o Conselho Estadual de Cultura reconheceu o valor histórico da igreja, construída entre 1872 e 1877, e homologou o processo de tombamento.
Conforme o ato, o bem será inscrito no Livro de Tombo Histórico, de acordo com a Lei nº 3.522, de 2008, no qual são inscritas as coisas de interesses históricos, as obras de arte históricas e os documentos paleográficos ou bibliográficos. A tradicional igreja foi inicialmente declarada Patrimônio Histórico e Cultural pela prefeitura de Corumbá, em fevereiro de 2017, por meio do decreto nº 1.748, assinado pelo prefeito Ruiter Cunha de Oliveira.
O templo, um dos mais antigos do Estado, foi erguido com elementos da arquitetura eclética pelo polêmico pregador imperial Frei Mariano de Bagnaia em frente à Praça da República, onde se deu a heroica retomada de Corumbá durante a Guerra do Paraguai (1864-1870). Em seu altar, destaca-se um brasão da coroa portuguesa, o que indica as influências europeias no bem, e guarda também uma imagem de Nossa Senhora da Candelária, padroeira da cidade.
Resgate do patrimônio
“Cercada de história que, reais ou não, alimentam o imaginário da população, criando vínculos memorialísticos e culturais, a igreja está inserida numa região próxima de outros prédios e monumentos que já tiveram seu valor histórico reconhecido”, manifestou-se o Conselho Estadual de Cultura em seu parecer pelo tombamento, há quatro anos. Sua construção gerou lendas ainda cultuadas envolvendo o bispo e a cidade, que o homenageia com nome de rua.
O prédio foi interditado em 2016, quando grande parte da estrutura de gesso do teto caiu, e a partir de então foi iniciado um longo processo de restauração e requalificação, que está em fase de conclusão pela prefeitura conta com aporte financeiro do Governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura. As intervenções buscam valorizar a estética original e incluem pintura, piso, recuperação interna da torre, bem como sistema de sonorização e climatização.