Publicado em 15/09/2022 às 17:00, Atualizado em 15/09/2022 às 17:09
Levantamento mostra que as profissionais de imprensa que fazem análise política na TV são o alvo preferido dos radicais
A ONG Repórteres sem Fronteiras divulgou relatório sobre a hostilidade contra jornalistas desde o começo oficial da campanha eleitoral, em 16 de agosto.
Foram monitorados 120 perfis de profissionais de imprensa e personalidades com visibilidade na mídia.
O levantamento computou 2,8 milhões de ataques nesse período. O ranking dos 10 jornalistas mais agredidos virtualmente tem maioria de mulheres que trabalham em TV.
No primeiro lugar aparece a apresentadora do programa ‘Roda Vida’, da TV Cultura, Vera Magalhães, com quase 27 mil mensagens de ódio.
Na sequência, Miriam Leitão (Globo e GloboNews), William Bonner (âncora e editor-chefe do ‘Jornal Nacional’), Andréia Sadi (Globo e GloboNews) e Eliane Cantanhêde (GloboNews).
Na sexta posição, Milton Neves (Band). Depois, Mônica Bergamo (BandNews), Ricardo Noblat (portal Metrópoles), Reinaldo Azevedo (BandNews) e Renata Vasconcellos (âncora e editora-executiva do ‘JN’).
Na noite de quarta-feira (14), Mônica Waldvogel comentou a respeito da animosidade contra as jornalistas que cobrem política nesse cenário de polarização ideológica e radicalização de parte da militância.
“Atacar um homem envolve o risco de uma reação física. É mais fácil atacar uma mulher, o risco é menor”, afirmou.
Desde terça, o telejornalismo repercute a investida agressiva do deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos), aliado do presidente Jair Bolsonaro, contra Vera Magalhães.
Em debate com candidatos a governador de SP transmitido por um pool de imprensa, incluindo a TV Cultura, o parlamentar abordou a jornalista com virulência.
“Você é uma vergonha para o jornalismo”, disse, repetindo frase disparada por Bolsonaro contra Vera no debate da Band, no final de agosto.
Políticos, artistas e entidades representativas lideram uma onda de solidariedade à jornalista e de repúdio contra Douglas Garcia.