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21/03/2019 às 15:00, Atualizado em 21/03/2019 às 16:41

Psicóloga afirma que a discriminação racial pode prejudicar a saúde mental

A Caixa dos Servidores possui em seus serviços do plano de saúde a atenção à saúde mental, para o diagnóstico e redução de situações de sofrimento, como quando causada pela discriminação racial.

Neste dia 21 de março, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, em referência ao Massacre de Sharpeville, evento ocorrido em 1960, em Joanesburgo, na África do Sul. Naquela data, 20.000 pessoas manifestavam-se contra uma lei que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitida a circulação e a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre os manifestantes, resultando em 69 mortos e 186 feridos.

A Caixa dos Servidores possui em seus serviços do plano de saúde a atenção à saúde mental, para o diagnóstico e redução de situações de sofrimento, como quando causada pela discriminação racial. A Coordenadora em Psicologia da Cassems, Claudia Skuzala, afirma que esse campo de conhecimento dá importância para a discussão sobre o racismo, pois é contra toda espécie de preconceito. “Pensamos que o racismo pode ser visto como uma forma de agressão, de preconceito, desrespeito e essas questões não fazem bem para as pessoas”.

De acordo com a psicóloga, o impacto no nível psicológico depende de fatores como quanto tempo a pessoa está exposta a esse racismo e que tipo de agressão ela sofre. “De antemão, pode-se pensar que existe um impacto psicológico para as pessoas que sofrem essa agressão. Precisamos fortalecer essas pessoas para que elas consigam enfrentar os indivíduos que ainda as fazem sofrer pelo preconceito”.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 54% da população se declara negra ou parda, dado que ressalta a importância de dialogar a respeito da questão racial. Ainda, segundo Claudia Skuzala, existe possibilidade de cura. “Temos que pensar que precisamos primeiro de políticas públicas e conscientização para que tenhamos cada vez menos essas questões na nossa sociedade. Para que consigamos enxergar o ser humano não como diferente ou pejorativo, mas como iguais”.

Em casos mais graves, conforme a profissional, o paciente deve ser encaminhado para acompanhamento psiquiátrico e intervenção medicamentosa. “Se a pessoa vai desenvolver isso ou não, depende de cada um, depende da quantidade de sofrimento à qual ela foi exposta e da força interna que ela tem para lidar com tudo aquilo. Essa combinação que vai fazer ela entrar ou não em quadros de doenças psíquicas”.

A psicóloga explica que existem diversas possibilidades de tratamento para as vítimas dessa agressão.

"Caso esse sofrimento cause doenças psíquicas, desencadeando uma depressão, uma fobia, precisamos que esse indivíduo tenha ajuda de procedimentos de saúde específicos para isso, como por exemplo, uma psicoterapia em que o paciente possa trabalhar questões internas e aprender a lidar com suas tristezas, se for o caso de uma fobia, os seus medos”.

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