Publicado em 16/07/2022 às 06:30, Atualizado em 15/07/2022 às 15:56

Projeto de Lei que pode cobrar taxas do rádio pelas transmissões esportivas gera repercussão no meio

Projeto será reavaliado pelo Senado após mudanças no texto ocorridas na Câmara dos Deputados

Redação,

O Projeto de Lei que cria a nova Lei Geral do Esporte está causando repercussão no meio rádio e entre os ouvintes. A apreensão é devido a uma expressão que foi inserida no artigo 159 do projeto, que abre a possibilidade de cobrança de taxas do rádio que fazem transmissões esportivas. O Grupo Jovem Pan veiculou uma matéria em seu site consultando profissionais e radiodifusores, que demonstraram preocupação com o avanço da propositura.

A reportagem consultou o coordenador artístico da Energia 97 FM 97.7 de São Paulo, Hilton Malta, mais conhecido como Sombra. Ele disse à reportagem que os parlamentares, ao invés de defender os direitos da população, se voltam contra um veículo que leva entretenimento e presta serviço de forma gratuita: “50% da população não tem saneamento básico, então você imagina que boa parte da população acompanha o rádio diariamente”, questionou.

O radialista ainda argumentou que, muitas vezes, as famílias têm um rádio em casa, mas não tem saneamento básico. “É mais fácil a pessoa ter um pequeno rádio dentro de casa do que saneamento básico. Uma vez que você impede essas rádios de transmitir os jogos de futebol, o consumo do produto futebol em termos nacionais diminui na mesma proporção. Eu não sei a quem interessa a elitização do produto futebol, como se já não bastasse estádios com ingressos caríssimos”, ressaltou.

A reportagem ainda questionou o diretor artístico da 105 FM 105.1 de Jundiaí, Luís Calmon, que afirmou que a medida, se aprovada da forma que está, pode inviabilizar as transmissões esportivas no rádio. “Não vejo possibilidade alguma do rádio participar nos direitos de transmissão. Isso simplesmente vai afastar o rádio do futebol. Depois da mudança no calendário é mais um desastre para o futebol brasileiro. Imaginar que o rádio vai poder contribuir com a receita dos clubes de futebol é fora do mundo. Temos mais de 5 mil rádios, quantas estarão na Copa do Mundo? Duas ou três. Não vai ter transmissão a rádio não vai pagar direito de transmissão”, afirmou.

Nesta semana, o tudoradio.com procurou a ABERT para ter mais informações sobre os trabalhos da associação em relação à medida. O presidente da ABERT, Flavio Lara Resende, disse que a atuação visa evitar dúvidas referente às transmissões esportivas pelo rádio. "Para evitar dúvida e uma discussão infundada sobre a cobrança do direito de arena no rádio, que historicamente nunca existiu, iremos trabalhar para que o texto anteriormente aprovado pelo Senado Federal, que contou com a nossa atuação, prevaleça frente ao da Câmara dos Deputados, mantendo-se a regra de transmissão gratuita dos jogos pelas emissoras de rádio", comentou o presidente da ABERT.

Com informações da Jovem Pan