A ponte sobre o Rio Paraguai, na BR-262, em Corumbá, será totalmente interditada a partir das 7h deste domingo (18), para realização de obras no local. A previsão é que o trecho seja liberado em duas horas.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) orienta aos motoristas que evitem o trânsito na região durante o período de interdição.
Conforme informado pelo Correio do Estado, no domingo será instalada na ponte uma estrutura metálica, que será utilizada como uma espécie de "ponte sobre a ponte", por onde passarão os veículos enquanto serão feitos reparos na estrutura.
Esta foi a solução encontrada para que o tráfego não seja totalmente impedido durante o período das obras.
Feita com estrutura metálica, a travessia possui 17 toneladas e precisou ser montada em São Paulo. Ela veio para Campo Grande, de onde será transportada para Corumbá no sábado (17).
Após a instalação, os veículos não terão mais contato direto com a pista de concreto e assim será possível fazer as lages. Essa estrutura vai aliviar um lado da pista enquanto a equipe trabalha do outro lado.
Atualmente a ponte está aberta para o trânsito no sistema 'Pare e Siga' e continuará assim até a conclusão total das correções, prevista para abril.
O cronograma de trabalho prevê manutenção em cinco pontos da ponte, com a rampa sendo utilizada em todos eles. A cada conclusão de um ponto de trabalho, a estrutura será remanejada para o próximo.
A previsão é que esse remanejamento ocorra a cada 15 dias, todos demandando a interdição momentânea de duas horas da pista.
Interdições noturnas para a concretagem e cura do concreto de alta performance também devem ocorrer a cada 15 dias, mas as datas ainda não foram definidas pela Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul).
Também podem ocorrer interdições completas do tráfego por períodos maiores para a "cura" do concreto, pois trepidações podem causar fissuras e comprometer o trabalho realizado.
O Governo do Estado sinalizou ainda a possibilidade de ativação de uma balsa no mesmo local onde era feita a travessia antes da construção da ponte, que foi concluída faz 23 anos.
Sem a ponte da BR-262, a única alternativa de acesso a Corumbá seria pela chamada Estrada Parque, que tem cerca de 120 quilômetros e não é asfaltada. Porém, devido a cerca de 90 pontes de madeira, o tráfego para as carretas com minério é proibido.
Sendo assim, as possíveis cinco interdições totais de até três dias no tráfego impediriam o transporte de minérios por até 15 dias, comprometendo o cronograma de exportações da mineradoras.
O transporte pela hidrovia segue parado, já que o nível do Rio Paraguai está em apenas 70 centímetros nesta segunda-feira (12) pela hidrovia, parado desde o começo de novembro, só recomeça depois que o nível superar um metro em Ladário.
Histórico
Durante duas décadas houve cobrança de pedágio por empresa privada e em troca ela tinha obrigação de fazer a manutenção da estrutura. A cobrança só acabou em setembro do 2022, mas a empresa responsável, a Porto Morrinho, permaneceu na ponte até 15 de maio do ano passado.
Antes dessa data, porém, o tráfego já começou a fluir somente em meia pista, justamente por conta das falhas na estrutura que agora serão reparadas. Desde 21 de março do ano passado a passagem de veículos funciona no sistema de pare e siga.
E, somente para organizar este serviço estão sendo gastos em torno de R$ 330 mil mensalmente dos cofres estaduais. As obras emergenciais que estão em andamento foram orçados em R$ 1,67 milhão. Outros R$ 714 mil estão sendo gastos com uma empresa de consultoria que fará um estudo de todos os reparos que serão necessários na ponte.
Com informações do Correio do Estado
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