Publicado em 16/02/2022 às 11:30, Atualizado em 16/02/2022 às 11:13
A tom da nota é pouco usual, uma vez que órgãos públicos não costumam se envolver no ringue da política eleitoral e responder a pré-candidatos
A direção da Polícia Federal emitiu nesta terça-feira uma nota oficial para rebater acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, pré-candidato à Presidência pelo Podemos.
Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Moro criticou a atual gestão da corporação, dizendo que "hoje não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção". Em nota assinada como "a Polícia Federal", o órgão acusou Moro de "mentir" e se defendeu, afirmando que efetuou "mais de mil prisões apenas por crimes de corrupção nos últimos três anos".
A tom da nota é pouco usual, uma vez que órgãos públicos não costumam se envolver no ringue da política eleitoral e responder a pré-candidatos, especialmente a Polícia Federal, que atualmente está investigando a suspeita de interferência política na corporação por parte do presidente Jair Bolsonaro.
Em abril de 2020, Moro deixou o comando do ministério da Justiça, ao qual está vinculada a Polícia Federal, alegando que Bolsonaro pressionava pela substituição do delegado-geral da corporação e exigia acesso a relatórios sigilosos. A PF instaurou um inquérito para apurar as denúncias.
No texto, a PF ainda afirma que o ex-juiz da Operação Lava-Jato "faz ilações" ao citar trocas feitas nas superintendências pelo atual delegado-geral, Paulo Maiurino, como exemplo de supostas retaliações pelo governo. Maiurino foi nomeado ao cargo pelo atual ministro da Justiça, Anderson Torres, que entrou no lugar de Sergio Moro.
"O ex-ministro não aponta qual fato ou crime tenha conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar. Tampouco qual inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da administração".
Com informações do Jornal Extra