Publicado em 01/03/2024 às 06:18, Atualizado em 29/02/2024 às 23:33

Pescadores voltam ao Rio Paraná e encontram nível abaixo do normal

Algas prejudicam diretamente a captura dos peixes

Redação,

Com o fim da piracema, os pescadores profissionais retornaram às atividades no Rio Paraná, nesta quinta-feira (29), mas encontraram leito muito abaixo do nível esperado e as iscas capturaram apenas algas. Registros da situação foram feitos próximos da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera - Engenheiro Sérgio Motta, na região de Batayporã.

Conforme relatou a pescadora Maria Poliano, ao Campograndenews, que vive da pesca comercial de peixes há 40 anos e é representante dos profissionais da região, a cada ano que passa a situação está piorando e eles não conseguem enxergar solução. “Essas algas ficam nas margens, mas com o rio secando elas aparecem na área de pesca e prejudicam a captura. Próximo à usina conseguimos enxergar as rochas que antes estavam no fundo. Parece que não estão nos ouvindo e será tarde demais”, desabafa Maria.

De acordo com a Cesp (Companhia Energética de São Paulo), responsável pela geradora de energia, a água represada só está sendo liberada por meio de turbinas, conforme estabelecido pela ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). A abertura das comportas não é frequente, apenas quando o nível do reservatório está alto, o que não aconteceu esse ano ainda.

Outra denúncia da pescadora é com relação a captura de dourado na região do Rio Dourado e Ivinhema, que deságuam no Paraná. “A lei proíbe e mesmo assim teve gente tirando sete dourados do rio. Esperamos que vejam essa situação de perto”, conclui a pescadora.

Desde 2020, só é permitido ao pescador levar um exemplar de peixes de espécie nativa (por exemplo: pacu, pintado, cachara, jaú, dentre outros), além de cinco exemplares de piranhas, dentro das medidas mínima e máxima. Se a espécie pescada estiver fora dos tamanhos permitidos, deve ser solta imediatamente no local.