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08/01/2017 às 12:37, Atualizado em 08/01/2017 às 11:05

Pedidos de recuperação judicial de empresas cresceram 69,5%

No ano passado foram 39 requerimentos, sendo 10 em novembro.

Com o prolongamento da crise econômica, o setor empresarial de Mato Grosso do Sul fechou o ano de 2016 em baixa novamente. Conforme dados do Serasa Experian de Falências e Recuperações, no ano passado, 39 empresas entraram com pedido de recuperação judicial em todo o Estado. O volume representa aumento de 69,5% em comparação ao ano passado, quando o Serasa registrou 23 requerimentos.

Somente no mês de novembro do ano passado foram dez pedidos registrados. Em dezembro, três pedidos.

Os dados mostram que a recessão econômica e, consequentemente, as dificuldades das empresas em manter o fluxo de caixa das empresas permaneceram os mesmos registrados em 2015, o que fez com que crescesse ainda mais os índices de recuperações judiciais, como explica o economista Sérgio Bastos.

De acordo com ele, os dados apresentados pelo Serasa são contrários ao que se esperava inicialmente. “Em 2015, a gente olhava para 20165 com um olhar mais otimista, por que não indicava que a crise seria prolongada. Esperava-se uma melhora, o que não aconteceu. Muitos analistas, na verdade, superestimaram essa crise. Mas, não dá pra dizer que [2016] foi pior. Só não foi muito diferente, ele manteve-se igual, ruim. O desemprego é continuou subindo e isso acaba comprometendo os giros de negócios”, completou.

Conforme Sérgio Bastos, o instrumento de recuperação judicial passou a ser visto como opção para os empresários nos últimos dois anos. Resumidamente, ele possibilita a chance de a empresa negociar com seus credores, A crise econômica, recordou o economista, teve início em 2014 e agravou-se no ano de 2015, o que fez com que os índices de recuperações judiciais triplicassem neste período.

“Se analisarmos até 2013, vínhamos em uma economia aquecida, com bastante vigor e as empresas trabalhando com fluxo de caixa ajustado para positivo. Quando a crise chega, em 2014, e piora, em 2015, para conseguir vender mais, a empresa compra mais e aumenta suas dívidas com bancos e fornecedores em geral. As vendas despencam e os passivos continuam. Em uma situação como esta, a recuperação judicial passou a ser uma possibilidade para empresas com problemas de caixa. Elas deslumbram a oportunidade de negociar, de ouvir propostas”, destacou.

Ainda de acordo com dados do Serasa, de janeiro a dezembro, 26 requerimentos de recuperação judicial foram deferidos, 23% a mais em comparação ao anterior. O número de recuperação concedida empatou nos dois anos, dois casos.

Fonte - Correio do Estado

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