Publicado em 04/08/2024 às 08:02, Atualizado em 03/08/2024 às 23:16
O laudo necroscópico confirmou que o rapaz morreu por realização de exercícios físicos rigorosos.
O MPM (Ministério Público Militar) denunciou 11 militares do Exército – quatro sargentos, dois cabos, um tenente e quatro soldados, pela morte do soldado Vinícius Ibanez Riquelme, 19 anos.
O caso aconteceu em abril deste ano durante treinamento em Bela Vista, cidade localizada na região de fronteira com o Paraguai. O laudo necroscópico confirmou que o rapaz morreu por realização de exercícios físicos rigorosos.
Segundo o site Campo Grande News, a denúncia foi oferecida pelo promotor da Justiça Militar Mauro José Pinto. No documento ele cita que a materialidade dos fatos ficou comprovada por fotos que mostram as mãos de dois militares queimadas e cita que os acusados obrigaram os recrutas a comerem alho e cebola crus, além de agredi-los com galhos de árvores e forçá-los a rastejar.
Durante a instrução de sindicância ficou revelado que diversas condutas praticadas pelos instrutores excederam a “instrução e o abuso no tratamento com os soldadores [...] submetendo alguns desses a situações constrangedoras, inadequadas e não previstas no regulamento castrense ou ordem de instrução”.
Ainda conforme o documento, testemunhas e os militares pontuaram que os denunciados praticaram os maus-tratos de forma livre e consciente os agredindo com chutes, privação de alimentação, entre outras condutas. Um recruta foi também ridicularizado com adesivo de “cuidado-frágil” em seu capacete por conta da orientação sexual.
Sendo assim, foram denunciados o 2º tenente Thiago Mauri Marçal, os 3ºs sargentos Victor Augusto Albuquerque Barros, Gustavo Doré Gonçalves, Arthur Castelani Lopes, Breno Gonçalves Salles. Além dos cabos Lucas Romero Silvestre, Everton Marim Figueiredo e os soldados Luiz Eduardo Coronel Siqueira, Weverton da Silva Dias, Cleison Rodrigues Marinho e Marcos Vinícius Irala dos Santos.
De acordo com o advogado da família de Vinícius, agora o documento foi encaminhado para a Justiça Militar que analisará a denúncia. José Bekmann também afirma que será pedida a responsabilização do escalão superior do Exército por conta das omissões em relação aos abusos nos treinamentos.