Publicado em 11/09/2021 às 12:30, Atualizado em 11/09/2021 às 10:56
Órgãos reguladores decretaram medidas excepcionais para reduzir chance de racionamento ou apagão
Localizadas na divisa de Mato Grosso do Sul com São Paulo, duas das três maiores usinas hidrelétricas que abastecem boa parte do Brasil estão operando no limite, na maior crise hídrica do País, em quase um século. A situação mais crítica é a da UHE (Usina Hidrelétrica) de Ilha Solteira, que fica entre a cidade homônima paulista, ao lado de Três Lagoas.
Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o reservatório da UHE estava com apenas 9,54% da capacidade na quinta-feira (9). O mínimo recomendável para operação das turbinas é de 10%.
Apesar disso, a usina opera em condições excepcionais. Em junho, a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) autorizou o funcionamento, mantendo um nível igual ou superior a 325m.
A CTG Brasil, concessionária que administra a usina, informou em nota que o nível de 9,54% é referente à navegabilidade, e embora seja um número alarmante, a geração de energia ainda não está comprometida.
“A Usina Ilha Solteira é um hidrelétrica projetada para operar até o nível de 314m, no entanto, com o objetivo de manter-se a operação do Canal Pereira Barreto sem restrições, a sua cota mínima de operação pode chegar até 323,00 m”, esclareceu.
Já a UHE Porto Primavera, entre Rosana (SP) e Batayporã, está com menos da metade da capacidade em ação. Como no caso de Ilha Solteira, segue novas normas da ONS, emergenciais, que permitiu limites mais baixos de vazão de água. Assim, a UHE opera próximo do normal apesar da crise.
“A UHE Porto Primavera é uma usina que opera a fio d’água e, por isso, o nível do seu reservatório se mantém dentro de uma faixa pré-estabelecida (entre os níveis 257 e 257,30 metros em relação ao nível do mar) e atualmente o reservatório permanece em seus níveis normais de operação”, informou em nota a Cesp (Companhia Energética de São Paulo), responsável pela usina.
Por outro lado, a Usina Hidrelétrica de Jupiá está funcionando em situação mais confortável, com 94,19% da capacidade.
A reportagem questionou o ONS e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para saber se há risco de blecaute ou racionamento, mas não obteve retorno até a presente publicação.
Nesta semana, o governo federal confirmou que a contribuição das usinas hidrelétricas para a geração de energia despencou para o menor nível já registrado no País.
Segundo dados oficiais, em agosto do ano passado, os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste já estavam com menos da metade do armazenamento.
O ONS fez uma previsão preocupante. Segundo o órgão, em cenário de crescimento da economia, aumento do consumo de energia e falta de chuva, poderá haver o esgotamento de praticamente todos os recursos no mês de novembro.
Com informações do Campograndenews