Publicado em 11/10/2024 às 13:30, Atualizado em 11/10/2024 às 10:21
Investigada recebeu pensão de 1988 a 2022 e fraude contou com apoio da avó, irmã do pracinha
Uma mulher, de 55 anos, foi condenada pela Justiça Militar de Campo Grande após se passar por filha de um militar brasileiro, que atuou na 2ª Guerra Mundial, com a intenção de receber pensão. A pena imposta foi de três anos e três meses de prisão.
O militar citado por ela atuou na FEB (Força Expedicionária Brasileira), grupo em que os integrantes eram conhecidos como “pracinhas”. Ao todo, a investigada recebeu R$ 4 milhões (R$ 7 milhões em valores corrigidos) entre 1988, quando a fraude começou, e 2022.
De acordo com o MPM (Ministério Público Militar), para orquestrar a fraude contra o Exército Brasileiro, a avó da acusada é irmã do militar morto, e falsificou a certidão de nascimento da neta para que ela recebesse a pensão do pracinha, que não tinha filhos ou outros dependentes.
Ainda conforme a investigação, a avó também era procuradora do irmão, que já estava idoso na época da fraude. Assim, após cometer a fraude na certidão de nascimento da neta, na época com 15 anos, a avó teria emitido novos RG (Registro Geral) e CPF (Certidão de Pessoa Física).
Pedido ocorreu dois anos após a morte do militar
Dois anos depois da fraude, o militar morreu e ela teria solicitado ao Exército a pensão para a neta. No entanto, após um tempo, a avó ficou descontente com a parte que recebia e denunciou a neta em dezembro de 2021, tanto na Polícia Civil quanto no Exército.
Questionada, a acusada confessou o crime e disse que, nos meses em que não conseguia repassar a parte do valor combinado, a avó, que morreu em maio de 2022, ameaçava denunciá-la.
Conforme apurado pelo UOL, o juiz Luciano Coca Gonçalves ressaltou o alto valor recebido e que é difícil a recuperação da quantia, levando em conta a condição financeira da acusada. A mulher recorreu ao STM (Superior Tribunal Militar), mas o ministro relator Odilson Sampaio Benzi negou o pedido.
Porém, o caso segue em tramitação após o ministro Artur Vidigal de Oliveira pedir vista, ou seja, mais tempo para análise.