Publicado em 23/09/2024 às 11:30, Atualizado em 22/09/2024 às 23:22
Segundo os dados, as mulheres recebem 27,1% a menos que os homens.
O segundo Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios publicado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres traz Mato Grosso do Sul como o sexto colocado no ranking de disparidade salarial entre mulheres e homens no País. Segundo os dados, as mulheres recebem 27,1% a menos que os homens.
De acordo com o levantamento, a falta de equidade entre mulheres e homens em MS é ainda maior quando comparada a remuneração média, chegando a 37,18% – ou R$ 1 mil –, uma vez que a média das mulheres é de R$ 2.2691,86 ante R$ 3.692,81 do sexo oposto.
O indicador de salário contratual médio para a mulher no Estado é de R$ 1.671,96, enquanto para o homem é de R$ 2.153,96. Ou seja, 28,83% maior.
Em Mato Grosso do Sul, foram registrados 77.554 vínculos trabalhistas de mulheres e 134.878 homens, uma proporção de 36,51% de mulheres. Para o cálculo, o relatório se baseou em 615 empresas com 100 ou mais funcionários.
No top cinco entre as unidades federativas com maior índice de desigualdade salarial, Mato Grosso do Sul fica atrás do Rio de Janeiro, que ocupa o quinto lugar (27,3%); do vizinho Mato Grosso, na quarta posição (27,7%); de Santa Catarina, em terceiro lugar (28,3%), do Paraná, em segundo, (29,1%) e do Espírito Santo, que lidera com a maior diferença salarial (29,2%).
CENÁRIO
A pesquisa revelou que, em todo o País, as mulheres ganham, em média, 20,7% a menos que os homens nas 50.692 empresas analisadas. A média salarial nacional é de R$ 4.125,77, com um salário contratual médio de
R$ 2.025,27. O estudo abrangeu mais de 18 milhões de vínculos formais em 2023, com uma massa salarial total de R$ 782,99 bilhões.
Acre, Ceará e Pernambuco são os estados brasileiros com menores desigualdades salariais entre mulheres e homens, com as mulheres ganhando cerca de 10% a menos do que os homens em empresas com 100 ou mais funcionários.
No Acre e no Ceará, as mulheres ganham 9,7% menos do que os homens. Em Pernambuco, a discrepância é de 9,9%. Entretanto, a desigualdade é mais pronunciada para mulheres negras, que enfrentam diferenças salariais ainda maiores em comparação aos homens não negros.
Acre tem uma diferença de apenas R$ 14,17 entre mulheres negras e homens não negros, enquanto em Pernambuco as mulheres negras ganham R$ 1.205,54 a menos do que os homens não negros.
Essa falta de equidade salarial entre mulheres negras e homens não negros é bem acentuada nos dados gerais do País. Elas ganham, em média, R$ 2.745,26 – apenas 50,2% do salário de homens não negros, que chega a R$ 5.464,29.