A partir de 2023, Mato Grosso do Sul terá status de área livre de febre aftosa sem vacinação. Em novembro deste ano, o Estado vai concluir a última etapa de imunização para obter o título pelo Ministério da Agricultura. Para a gestão estadual, a mudança de condição deve trazer abertura de novos mercados para a carne sul-mato-grossense.
Para o secretário Nacional de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal, o longo trabalho de produtores e gestão pública trarão o resultado para o Estado.
“Mato Grosso do Sul fez um grande investimento, seguindo as metas do Ministério da Agricultura, e agora está autorizado a vacinar pela última vez em novembro, e a partir do ano que vem, pelo reconhecimento nacional, estão livres da febre aftosa sem vacinação, e isso vai abrir novos mercados e reduzir custos para os pecuaristas”.
O último levantamento do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (Pnefa), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), aponta que a campanha de imunização do rebanho bovino sul-mato-grossense deste ano será a última antes da certificação das autoridades sanitárias nacionais e internacionais.
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) acredita que a certificação é resultado de um trabalho que vem sendo realizado há anos.
“Isso aumenta muito a competitividade dos nossos produtos da agropecuária, vai trazer um novo perfil da agropecuária de Mato Grosso do Sul, nossos produtos serão mais valorizados lá fora, aquilo que é produzido aqui terá um valor agregado e toda a sociedade ganha com isso”, afirma.
Mato Grosso do Sul integra o Bloco 4 no Plano Estratégico 2017-2026 do Pnefa, que prevê a retirada total da vacinação no País até 2023.
“Isso é resultado de um esforço conjunto, e com a retirada da vacinação, a partir do ano que vem, Mato Grosso do Sul entra em outro patamar da pecuária nacional e mundial”, afirmou a ex-ministra da Agricultura e deputada federal Tereza Cristina, ao participar da Expozebu, em Uberaba (MG).
Para o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, a parceria entre o ente federado e o governo federal foi imprescindível.
“Agradeço a toda equipe do Mapa, da Superintendência Federal de Agricultura, foi um trabalho conjunto. O Brasil tomou uma decisão estratégica importante, quando criaram o Pnefa. Tivemos uma grande parceria, o governo estadual se empenhou. Um dia histórico para a pecuária brasileira e sul-mato-grossense”.
“Com o esforço conjunto de todos, estamos anunciando a retirada da vacina, depois vamos encaminhar para a Organização Mundial da Saúde Animal [OIE] e logo após, se Deus quiser, caminhar para o status de área livre de aftosa sem vacinação, entrando em um novo patamar da pecuária nacional e mundial”, disse Tereza Cristina.
Ao todo, aproximadamente 113 milhões de bovinos e bubalinos deixarão de ser vacinados, o que corresponde a quase 50% do rebanho total do País. No Estado serão cerca de 20 milhões de bovinos.
OUTROS ESTADOS
As unidades da federação que também integram o Bloco 4 do Pnefa são: Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins e Distrito Federal.
Os outros seis estados também devem realizar, em novembro de 2022, suas últimas campanhas de imunização contra a aftosa.
Bahia, Rio de Janeiro, Sergipe e São Paulo, até o momento, ainda não atingiram os indicadores necessários para retirada da vacinação.
O Plano Estratégico do Pnefa tem como objetivo principal “criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de País livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres de febre aftosa sem vacinação”.
O plano está fundamentado na avaliação contínua de indicadores que são monitorados regularmente de forma conjunta pelas equipes gestoras do projeto, que reúnem os setores público e privado, em âmbito estadual e nacional.
A meta é que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.
Neste momento, não haverá restrição na movimentação de animais e de produtos entre os estados do Bloco 4, que terão a vacinação suspensa em 2022, e os demais estados que ainda vacinam no País.
O pleito brasileiro para o reconhecimento internacional dos entes federados como zonas livres da doença sem vacinação não será encaminhado para a OIE no próximo ano.
Para o reconhecimento como zonas livres de febre aftosa sem vacinação, a OIE exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados por, pelo menos, 12 meses.
Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso têm a certificação internacional de zona livre sem vacinação.
Com informações do Correio do Estado
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