Publicado em 25/07/2016 às 17:00, Atualizado em 27/07/2016 às 12:15
O MPE-MS (Ministério Público Estadual) investiga o sumiço de 3,345 mil cobertores que seriam destinados a pessoas de baixa renda e comunidades carentes de Campo Grande. A compra das roupas custou R$ 78.607,50 aos cofres municipais e foi feita por meio do Instituto Mirim de Campo Grande, em 2015. A atual gestão denunciou a situação ao Ministério Público, que resolveu converter em inquérito civil o procedimento que havia sobre o caso.
Segundo relatório da própria Prefeitura, a aquisição dos agasalhos foi feita por meio de uma licitação em 10 de junho de 2015, cuja vencedora foi a empresa paulista Etruria, enquanto a distribuição e organização dos agasalhos é feita pela FAC (Fundo de Apoio a Comunidade). O problema não teria ocorrido no processo de escolha da companhia, mas sim na finalização da compra.
Além da falta de comprovante de recebimento, não há, de acordo com o Município, a prova de que os cobertores foram distribuídos a sociedade, nem registro de assinatura do ordenador de despesas na nota de empenho. Faltaria também no estoque do Instituto a quantidade total de cobertores comprados, na ocasião em que a atual gestão assumiu a Prefeitura, em agosto passado.
Outra situação apontada pelo Executivo Municipal ao Ministério Público seria uma relação de nomes de pessoas que provavelmente receberam os cobertores como doação, a mando da gestão anterior. Na lista, seis vereadores da Capital receberam 695 cobertores. Teriam recebido a doação Roberto Santana dos Santos (PRB), Francisco Almeida Telles, o Chiquinho (PSD), Ademar Vieira Junior, o Coringa (PSD), Herculano Borges (SD), Magali Picarelli (PSDB) e Francisco Luis do Nascimento.
Agora, a atual fase é o pedido de mais diligências e investigação a respeito da compra, por parte do Ministério Público, que converteu em inquérito civil o procedimento preparatório que havia, nesta segunda-feira (25).
Retorno - Os vereadores foram procurados pela reportagem. Ademar Vieira, Francisco Telles e Roberto Santana negaram ter recebido qualquer doação. Explicaram que, geralmente, algumas entidades e comunidades carentes recebem doações da campanha de agasalhos, mas que não receberam qualquer donativo, como apontado pelo Município. Não atenderam às ligações Magali Picarelli, Herculano Borges e Francisco Luis do Nascimento.
Fonte - Campograndenews