Publicado em 19/07/2023 às 08:00, Atualizado em 19/07/2023 às 10:22
Roberto Gallo trabalhou com paisagismo e obras desde 1975.
O cenógrafo Roberto Alves Gallo morreu na manhã desta terça-feira, dia 18 de julho, em decorrência do rompimento de uma artéria do coração. O também artista plástico foi responsável pela cenografia dos tanques do Bioparque Pantanal. Por ele foram harmonizadas a fauna e a flora das regiões representadas no maior aquário de água doce do mundo.
Nascido em Campinas, São Paulo, em 15 de maio de 1957, Gallo falava com alegria e entusiasmo do trabalho realizado no complexo, em especial quando relatou a cenografia do tanque que representa a Lagoa Misteriosa. “É uma integração da arquitetura com o meio ambiente, ultrapassa um cenário, é uma arte viva”, revelou.
Sempre muito conectado com a natureza, o profissional buscou fazer com que as pessoas se sentissem parte do ambiente, para isso representava os detalhes com realismo, deixando cada recinto o mais próximo possível do natural. Utilizava elementos da própria natureza como folhas, galhos secos e pedras, mas também elementos artificiais como pedras feitas com cimento. “Tudo o que fazemos levamos em consideração o bem-estar de cada peixe, é importante que eles se sintam bem e felizes, o respeito com cada animal é a essência de tudo. Eu me sinto parte disso aqui”, disse em entrevista.
Roberto Gallo trabalhou com paisagismo e obras desde 1975. Ao longo de sua carreira, introduziu elementos artísticos no trabalho de paisagismo e vice-versa, o que é evidente nas suas esculturas de rochas artificiais, artes plásticas e jardins.
Foi a partir de 1996, em Ubatuba, que o artista passou a trabalhar na construção de cenografia para aquários marinhos e outros habitats, como lagos, cachoeiras, aquários de água doce, onde introduziu as esculturas de rocha artificial. Seu currículo conta com trabalhos realizados no Aquário Marinho do Rio de Janeiro (AQUA RIO), Oceanic Aquarium e Aquário de Ibatuba. Em 2018, realizou a cenografia do Caminho do Rosário, no Santuário Nacional de Aparecida.
A diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, lamentou a morte de Roberto Gallo e destacou sua contribuição e importância para o empreendimento. “Ele fez parte de uma etapa crucial para o complexo, com muito amor e leveza conseguiu materializar a essência de cada paisagem. Os cenários por si só contam uma história e retratam a realidade de uma forma muito bonita. O Roberto era muito sensível e eu tive a honra e o prazer de poder trabalhar ao lado de um grande profissional”.