Com a proximidade do fim do ano, período de maior procura por lazer em rios e lagos, cresce o número de mortes por afogamento em Mato Grosso do Sul. Em 2024, até 10 de dezembro, foram registrados 60 casos de afogamento no estado.
Embora o número seja inferior ao total de 2023, quando ocorreram 73 casos, o aumento de mortes nos últimos meses do ano acende o alerta. Apenas em novembro, ao menos seis pessoas morreram afogadas no estado.
Entre os incidentes recentes, destaca-se o caso de um jovem de 19 anos, ocorrido no dia 5 de dezembro, no rio Aquidauana. Ele se divertia com amigos próximo à Ponte do Grego quando foi arrastado pela correnteza.
O corpo foi encontrado dois dias depois, a cerca de cinco quilômetros do local. O rio, conhecido pela força da correnteza, é frequentemente citado como perigoso para atividades de lazer, e o Corpo de Bombeiros Militar não recomenda o uso recreativo do local.
Os dados do Corpo de Bombeiros mostram que, em 2024, os meses de outubro e fevereiro lideraram o ranking de ocorrências, com 10 e 8 atendimentos, respectivamente. Os fins de semana, especialmente os domingos, concentram a maioria dos registros.
Além disso, jovens entre 16 e 20 anos e pessoas acima de 66 anos são as faixas etárias mais afetadas. Homens representam 73,7% das vítimas afogadas.
Campo Grande, Três Lagoas, Bataguassu, Bonito e Naviraí lideram os atendimentos, com destaque para a capital, que registrou 10 casos até agora. Durante o feriado de 15 a 17 de novembro, por exemplo, o Corpo de Bombeiros atendeu quatro ocorrências de afogamento nas cidades de Bonito, Deodápolis, Fátima do Sul e Rochedo.
Em comparação, 2023 apresentou um perfil diferente, com mais casos em setembro (12) e nas faixas etárias de crianças de 0 a 5 anos e adolescentes de 11 a 15 anos.
Perigos invisíveis e cuidados essenciais
O tenente Paulo Lima, do Corpo de Bombeiros, alerta para os "perigos invisíveis" que muitas vezes surpreendem os banhistas. "A água pode parecer tranquila, mas esconder pedras ou correntes traiçoeiras, como no rio Aquidauana, que já foi palco de muitas tragédias", explica.
O oficial reforça a importância de reconhecer os sinais de um afogamento, como a posição vertical na água, braços estendidos e cabeça submersa e emergindo repetidamente. "A vítima geralmente não consegue gritar por socorro. Ao reconhecer um afogamento, peça imediatamente que alguém ligue para o 193", orienta.
Outras recomendações incluem evitar o consumo de bebidas alcoólicas antes de entrar na água, nunca mergulhar de cabeça em locais desconhecidos e, se possível, sempre utilizar materiais de flutuação, como boias ou objetos improvisados.
Com a chegada do verão e o aumento do número de banhistas em rios e lagos, o tenente reforça a necessidade de respeitar os limites pessoais e as características naturais dos locais de lazer. "Prevenir é sempre a melhor solução. Uma distração pode custar vidas", finaliza o tenente.
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